A primeira edição do Orçamento Participativo Portugal, contou com quase 80 mil votos, para a seleção de 38 projetos (2 de âmbito nacional e 36 de âmbito regional), com um financiamento total de 3 milhões de euros.
A região Alentejo teve quatro projetos vencedores, na votação online que decorreu entre os dias 7 de junho e 10 de setembro.
Com 753 votos e 100 mil euros orçamentados, o projeto cultural “Entre Diálogos [Evocação à Efeméride – 450 anos da morte de Garcia da Orta] (médico botânico judeu)”. Este projeto vencedor pretende a divulgação da obra de Garcia de Orta, contextualizando-o com a atualidade de diversas áreas de conhecimento (artes, ciência, literatura, entre outros).
Com 627 votos, na área da cultura, surge o projeto vencedor “Os Moinhos do Rio Degebe: Contributos para Salvaguarda da sua Memória”, com 60 mil euros de orçamento. Esta proposta pretende fazer o levantamento e divulgação dos mais de 20 moinhos existentes ao longo dos 75 quilómetros de extensão do rio.
Outro projeto vencedor foi “Educação Sanitária: Ensinar, Prevenir e Poupar”, com 300 votos, na área da Educação e Formação de Adultos. O mesmo tem um orçamento de 200 mil euros, e pretende, através de palestras sobre temas de saúde, formar a população e torná-la ativa no âmbito da sua própria saúde, complementando os serviços médicos assistenciais.
Com 202 votos, foi também vencedor o projeto “Tabernas do Alentejo – Arte e Ciência”, com 72.200 € de orçamento. Esta proposta na área da ciência, tem como premissa a frase de Robert Louis Stevenson, de que “o vinho é a única obra de arte que se pode beber!” Neste sentido, o projeto visa a promoção do Alentejo como região vitivinícola, apostando na formação de pessoas capazes de transmitir aos turistas a história de tradição do vinho, da vinha e da sua cultura, assim como a divulgação do tema através de uma tertúlia itinerante.
De âmbito nacional, e inerentemente com implicações também na região Alentejo, foram aprovados dois projetos.
Com 6614 votos, e 200 mil euros orçamentados, surge o projeto “Cultura para todos”, que incentiva e facilita o acesso da população a bibliotecas, museus e outros veículos culturais, considerando nomeadamente, através da criação de uma base de dados de livros, os cidadãos com deficiências visuais.
Com 5972 votos, e 200 mil euros orçamentados, surge o segundo projeto de âmbito nacional aprovado “Tauromaquia, Património Cultural de Portugal”, que visa a inscrição de práticas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. O projeto pretende a inventariação e classificação dos elementos relevantes caraterísticos da cultura tauromáquica portuguesa, implicando o trabalho de estudo e recolha de dois antropólogos, um historiador, um sociólogo e um economista, nomeadamente junto dos municípios.