O paradigma agrícola do Alentejo mudou nos últimos anos, se anteriormente a região foi classificada como ‘O celeiro de Portugal’, nos dias que correm é o olival que domina a exploração agrícola.
Cerca de 70% das terras, especialmente as que ficam junto do Grande Lago de Alqueva, mudaram de proprietários nos últimos 10 anos.
As searas e as culturas de grão do passado deram lugar aos mega latifundiários assentes em fundos internacionais.
Segundo avança o Sábado, 65% dos olivais do Alentejo pertencem a 6 grandes grupos, que gerem a sua cultura e produção.
O investimento público realizado, o maior já feito na agricultura em Portugal, beneficiou estes grupos.
Tais factos fazem escassear a terra regada por Alqueva, ao mesmo tempo que, o preço do hectare disparou 6 vezes nos últimos 15 anos.
Fruto da superprodução dos olivais de Alqueva, Portugal é já o quinto maior exportador mundial de azeite, estimando a Comissão Europeia que o olival pode aumentar 88% até 2030.
Nem tudo são rosas neste processo, lembramos as consequências ambientais que estas culturas intensivas provocam, desde o esgotamento dos solos aos problemas causados pelo uso de produtos fitofarmacêuticos, passando pelo uso da água, bem cada vez mais escasso na região.