O Alentejo e o Algarve registam apenas 2% das cirurgias à coluna feitas no país em hospitais públicos, enquanto a região Norte realiza 46%, segundo um estudo promovido por sociedades científicas que analisou dados entre 2011 e 2016.
Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo com 37% dos procedimentos e o Centro, com 15% das cirurgias.
O estudo revela grandes assimetrias regionais, justificadas pela Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia, com a falta de linhas de orientação sobre cirurgia de coluna, que definam a referenciação de doentes e que estejam alinhadas com as necessidades da população.
Segundo o estudo, no período referido, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) trataram mais de 42 mil doentes neste âmbito, sendo que mais de metade dos doentes operados à coluna encontram-se em idade ativa e 54% das cirurgias feitas entre 2011 e 2016 foram em mulheres.
A maior incidência de problemas de coluna na região Norte espelha um maior número de acidentes de trabalho na região, onde o trabalho secundário é uma causa frequente de hérnias discais agudas.
A análise de dados em questão foi promovida pela Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, pela Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia e pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia.
