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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Alentejo é onde prevalece maior consumo de álcool. “Nós temos jovens e crianças com onze, doze anos de idade a consumir”, declara Paulo de Jesus, coordenador do Centro de Resposta Integradas do Alentejo Central (c/som)

A região Alentejo é onde prevalece maior consumo de álcool, seguindo-se o tabaco, as drogas ilícitas, entre as quais se destaca a cannabis e os tranquilizantes/sedativos sem prescrição médica.

Os dados foram apurados junto dos jovens que completaram 18 anos em 2015 e que foram convocados para o Dia da Defesa Nacional, através de um inquérito a 70.646 jovens que integra o estudo “Comportamentos Aditivos aos 18 Anos”, e que foi apresentado na passada quinta-feira, dia 2 de junho, pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

Os dados foram comentados à Rádio Campanário por Paulo de Jesus, coordenador do Centro de Respostas Integradas do Alentejo Central, que refere que a ação de sensibilização que ocorre por altura do Dia da Defesa Nacional, “resulta de uma associação entre o Ministério da Defesa Nacional e o Ministério da Saúde, e é uma oportunidade que foi identificada de literalmente podermos cobrir todo o universo de jovens em Portugal que têm 18 anos”.

Paulo de Jesus expressa que a intervenção no Alentejo Central, incide intervenções em Vendas Novas e Estremoz, “num total de 4 mil e 200 jovens, aproximadamente, que são intervencionados. A nossa mensagem é uma mensagem de apelo aos comportamentos saudáveis no que toca ao consumo de substâncias psico-ativas. A nossa abordagem é dinâmica, através de um jogo e sobretudo através de uma mensagem muito pragmática e muito consciente em relação aquilo que são hoje os consumos, nomeadamente nestas faixas etárias, é uma oportunidade tremenda porque temos no mesmo local, cerca de 40 dias, toda a população de jovens do Alentejo e é uma oportunidade que não podíamos deixar de aproveitar e a aceitação tem sido total (…)”.

Instado sobre a região Alentejo ser uma das zonas mais problemáticas, Paulo de Jesus salienta que é mais evidente no consumo de álcool, “a substancia mais desorganizadora e desestabilizadora e sobretudo na população mais adulta. Infelizmente a amplitude de consumo do ponto de vista das taxas etárias é tremenda, nós temos jovens e crianças com onze, doze anos de idade a consumir e até na casa dos 80 anos (…) é uma amplitude muito grande de consumo”.

Diz ainda que “há também indicadores no que toca ao consumo de tabaco (…) as chamadas substâncias porta aberta e temos aqui uma situação muito preocupante”.

Questionado sobre o número de consumidores que tem vindo a aumentar na região Alentejo, refere que “trabalhar em toxicodependência é como trabalhar com um alvo em movimento, porque ao mesmo tempo que saem alguns indicadores do ponto de vista de estudo que nos deixam tranquilos, (…) há um outro conjunto de indicadores que são também eles assustadores e que nos alertam para os consumos problemáticos de cannabis, com consumos inconscientes no que toca aos riscos (…)”.

Paulo de Jesus diz ainda que o Centro de Respostas Integradas do Alentejo Central está a acompanhar cerca de 500 utentes “e estamos agora com duas novas frentes de captação de utentes bastante profícua, nomeadamente nos adolescentes por consumo de álcool. Nós temos mais de 50% de novas admissões, neste momento, correspondentes a jovens até aos 18 anos (…)”.

              

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