O Alentejo foi a região mais disputada este ano pelos candidatos a viticultores, com a procura a exceder oito vezes a oferta disponível, mas nem todas as regiões captaram o mesmo interesse, ficando por aproveitar 200 hectares de vinha.
Este ano, que marca a abertura do negócio do vinho a novos produtores, foram a concurso cerca de 2.100 hectares de nova vinha e houve intenções superiores à oferta.
O novo sistema de autorizações, que entrou em vigor em 2016, substituiu o anterior regime de direitos de plantação, que se baseava em quota, ou seja, só podia produzir vinho quem já tivesse vinha ou comprasse o direito de plantar.
A partir deste ano, as autorizações passaram a ser atribuídas pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) mediante concursos, sendo disponibilizada anualmente cerca de 1% da área plantada no ano anterior.
Os dados estão ainda a ser analisados, nomeadamente a nível dos critérios de elegibilidade e prioridades, mas estima-se que vão ficar por distribuir cerca de 200 hectares de vinha.
A procura dos viticultores variou consoante as regiões e três delas, Alentejo, Douro e Madeira,- limitaram a área disponível.
O Alentejo, por exemplo, que restringiu a nova área de vinha a 100 hectares, recebeu pedidos superiores a 800 hectares. O Douro, que teve mais de 200 hectares pedidos, vai disponibilizar apenas 4,5 hectares, e na Madeira a nova vinha ficou limitada a meio hectare.
Excetuando estas três regiões, todas as outras foram abertas aos pedidos dos viticultores.
O facto de não haver mais procura para as regiões que estavam abertas às novas plantações, como as regiões de Lisboa, Península de Setúbal, Algarve, Beira Interior ou Vinhos Verdes, estará relacionado com o facto de as novas autorizações não terem acesso aos fundos comunitários do Vitis, já que este programa é direcionado para a reestruturação de vinhas já existentes, sendo mais difícil financiar o investimento.