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Alentejo ideal para a conservação e reprodução do abutre preto. “É importante para a região os animais necrófagos para que limpem os campos”, declara Eduardo Santos (c/som)

A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) anunciou esta quinta-feira, dia 10 de março, que o número de casais reprodutores de abutres-pretos duplicou, comparativamente ao ano anterior, no Alentejo, confirmando assim as potencialidades da região para acolher os núcleo-nidificantes.

No âmbito do projeto LIFE Habitat Lince e Abutre, implementado em 2012, foram instalados trinta ninhos artificiais de abutre-preto no território alentejano tendo sido ainda criada uma rede de alimentação para estas aves necrófagas nas regiões de Moura, Mourão, Barrancos e Vale do Guadiana.

Em entrevista à Rádio Campanário, o coordenador do projeto desenvolvido pela Liga para a Proteção da Natureza (LPN), Eduardo Santos, revela-nos os primeiros resultados da monotorização da atual época de nidificação desta ave em risco de extinção, “neste momento temos confirmada a presença de quatro casais reprodutores de abutre-preto na Herdade da Contenda, em Moura”.

Pela primeira vez “um destes casais já construiu um ninho natural e está em fase de incubação, ou seja, encontra-se a chocar os ovos”.

Recorde-se que o nascimento do primeiro abutre-preto, em cerca de quatro décadas, ocorreu na Herdade da Contenda, nos finais de junho do ano antecedente.

Questionado sobre a adaptação da fêmea nascida na passada primavera, o coordenador, adianta-nos que “a ave juvenil continua viva e integrada, portanto, é um sinal de que as condições existentes são adequadas para esta espécie”.

Eduardo Santos salienta que “é importante para a região contar com a presença destes animais necrófagos para que limpem os campos”.

A esta Estação Emissora o coordenador do projeto assegura que “por norma o abutre-preto era oriundo de colónias espanholas, recorria ao território alentejano meramente para se abastecer de alimentos”.

 Uma vez que “estamos a acompanhar o processo de criação destes quatro casais e da cria, acreditamos que na fase juvenil possam efetuar algumas migrações, mas que  irão sempre regressar e fixar-se nos seus habitats naturais”.

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