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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Alentejo – imigrantes vítimas de abusos laborais vivem em condições desumanas

Abusos laborais e pandemia infernizam a vida de imigrantes no Alentejo. Há imigrantes a viver em condições desumanas no Alentejo.

Encontrámo-los em casas arrendadas de 60 m2, onde até chove.

Ficaram sem trabalho durante a pandemia e vivem 5 e 6 em casas alugadas, sem condições de habitabilidade. A maioria perdeu o trabalho.

São vidas esquecidas às quais não chega qualquer apoio do Estado ou fiscalização para travar os abusos laborais.

Este foi tema para reportagem do 6ª às 9, da RTP.

Como a Rádio Campanário já havia noticiado, a pandemia, a antecipação da apanha da azeitona e a exploração de empresas de prestação de serviços estão a deixar muitos imigrantes que trabalham os campos no Alentejo em condições aflitiva.

Segundo as declarações de Isaurindo de Oliveira, presidente da Cáritas Diocesana de Beja, a instabilidade laboral e o facto de grande parte destes imigrantes que trabalham na agricultura ter contratos sazonais e receber entre 2,5 a 3,5 euros por hora é preocupante.

Os contratos de trabalho, com referência ao salário mínimo, “são pagos à hora, noutros [casos] à semana, à quinzena ou ao mês e, às vezes, com atrasos e irregularidades”, diz o presidente da Cáritas.

Em causa estão condições de vida por vezes degradantes que ficaram mais agravadas à conta da pandemia. Surge, assim, um fenómeno em Beja, e também noutros concelhos do Alentejo, com imigrantes abandonados a deambular pelas ruas, a quem são devidos salários em atraso.

Pedem auxílio na rua e a organizações de apoio social como a Cáritas. Alguns deles começam a ocupar casas abandonadas na periferia da cidade, outros correm o risco de perder as casas onde vivem por não conseguirem pagar a renda.

Isaurindo de Oliveira comenta o número “muito grande” de pessoas que apareceram de repente “com problemas alimentares”.

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