Abusos laborais e pandemia infernizam a vida de imigrantes no Alentejo. Há imigrantes a viver em condições desumanas no Alentejo.
Encontrámo-los em casas arrendadas de 60 m2, onde até chove.
São vidas esquecidas às quais não chega qualquer apoio do Estado ou fiscalização para travar os abusos laborais.
Este foi tema para reportagem do 6ª às 9, da RTP.
Como a Rádio Campanário já havia noticiado, a pandemia, a antecipação da apanha da azeitona e a exploração de empresas de prestação de serviços estão a deixar muitos imigrantes que trabalham os campos no Alentejo em condições aflitiva.
Segundo as declarações de Isaurindo de Oliveira, presidente da Cáritas Diocesana de Beja, a instabilidade laboral e o facto de grande parte destes imigrantes que trabalham na agricultura ter contratos sazonais e receber entre 2,5 a 3,5 euros por hora é preocupante.
Os contratos de trabalho, com referência ao salário mínimo, “são pagos à hora, noutros [casos] à semana, à quinzena ou ao mês e, às vezes, com atrasos e irregularidades”, diz o presidente da Cáritas.
Em causa estão condições de vida por vezes degradantes que ficaram mais agravadas à conta da pandemia. Surge, assim, um fenómeno em Beja, e também noutros concelhos do Alentejo, com imigrantes abandonados a deambular pelas ruas, a quem são devidos salários em atraso.
Pedem auxílio na rua e a organizações de apoio social como a Cáritas. Alguns deles começam a ocupar casas abandonadas na periferia da cidade, outros correm o risco de perder as casas onde vivem por não conseguirem pagar a renda.
Isaurindo de Oliveira comenta o número “muito grande” de pessoas que apareceram de repente “com problemas alimentares”.