O Turismo no Alentejo está de parabéns. Esta região tem sido cada vez mais procurada por turistas portugueses e estrangeiros, tendo sido criadas, paralelamente, dinâmicas cada vez mais relevantes, do ponto de vista da procura. Contudo, recordemos que, também, o perfil do turista do Alentejo mudou, está mais exigente.
O presidente da Entidade de Turismo Regional de Turismo do Alentejo e do Ribatejo, António Ceia da Silva, disse à Rádio Campanário que “ (…) só em julho, os dados em termos de crescimento interno eram superiores a 30%, relativamente a turistas portugueses, o que é de facto notável, face ao crescimento continuado que temos tido nos últimos anos “, não esquecendo o facto de outras regiões terem registado acentuadas quebras no setor.
No Alentejo, Évora tem assumido, cada vez mais, um papel de destaque na área do turismo, com um aumento exponencial da capacidade hoteleira. Ceia da Siva defende, por isso, um aumento de eventos, nomeadamente ao fim de semana, que possam animar o centro histórico, afirmando ser “ (…) um defensor inequívoco, do ponto de vista técnico, dos eventos, e daquilo que eles podem significar”, quer do ponto de vista do território, quer no aumento da taxa de permanência máxima.
Um dos dilemas do turismo no Alentejo é precisamente a sazonalidade, registando-se um aumento de turistas, principalmente no verão, o que representa uma força de combate para a Região de Turismo do Alentejo. Ceia da Silva explica, por isso, que estão “ (…) a estruturar produto para combater a sazonalidade, e só o conseguimos fazer, com a vinda de mais turistas estrangeiros”.
Apesar do Alentejo se estender para lá da cidade Património Mundial da Unesco, segundo Ceia da Silva, “Évora é uma das partes, decisiva, como é lógico, de uma grande marca que se tem afirmado nos últimos anos, em termos de excelência e qualidade que é o Alentejo”, mas “(…) só com uma grande articulação, com políticas integradas e com dinâmicas regionais e de marca regional, é que cada um dos polos pode ter o seu crescimento sustentável”.
De acordo agentes da restauração, 2015 foi melhor ano de sempre e seguramente o melhor verão dos últimos anos, confessou Ceia da Silva a esta estação emissora. “Genericamente, foi um ano excelente para a restauração, para o alojamento, para o turismo rural e para a animação turística (…) mas não crescemos só em dormidas, crescemos em proveito, em rendimentos por quartos, na taxa de ocupação, há um crescimento qualitativo e sustentável”, garantiu.
Para termos uma noção e em termos de números, Ceia da Silva contou à Rádio Campanário que “ (…) tínhamos ,há dois anos atrás, 100 empresas de animação turística, temos hoje 216, ou seja, existe uma dinâmica da animação que permite que hoje, no Alentejo, se faça desde balonismo, a surf, a mergulho, passando por castelos e cruzeiros, hoje é possível fazer 1001 atividades de animação no Alentejo (…) Isso deveu-se a articulação entre os autarcas, os empresários e a a Entidade Regional de Turismo”.
Ceia da Silva utilizou mesmo a expressão popular “casamento perfeito” para explicar esta simbiose. O presidente explicou que tem “ (…) um excelente relacionamento com os 58 presidentes de câmara de todas as autarquias, assinamos protocolos com todas comunidades intermunicipais, no âmbito das intervenções territoriais integradas”.
Quanto a perspetivas/objetivos ara 2016, Ceia da Silva afirmou a esta estação emissora que “ (….) nós somos a única região com um plano estratégico aprovado até 2020 e, nesse plano, há duas linhas estruturantes que vão ser implementadas, a primeira é a certificação do destino”, ou seja, a requalificação de todos os setores, desde a igreja à animação turística; A segunda linha, é a criação de redes de oferta, colocando os empresários a trabalhar em conjunto pois “ (…) ninguém, hoje, sozinho vai a lado nenhum”, disse
Por último, Ceia da Silva afirmou que a Região de Turismo do Alentejo já tem “ (…) sete planos operacionais estratégicos que serão apresentados até ao final do ano e discutidos, com os autarcas, na área do náutico, com incidência no Alqueva, na área do equestre e na área do cinegético”