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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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“Alqueva ainda pode estender-se, mas as cadelas apressadas parem os filhos cegos” diz Presidente da CAP(c/som)

 

Portugal atravessa problemas de água com muitas barragens a registarem já capacidades de armazenamento inferiores a 50 %.

A falta de chuva neste inverno agudiza a situação e deixa os agricultores preocupados.

A Rádio Campanário falou com o Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal que é defensor de “uma gestão integrada da água” permitindo que ela circule através de uma interligação feita entre as próprias barragens.

Para Eduardo Sousa esta solução “não é para que seja uma prática comum, pois os chamados transvasos ou deslocação tem vários problemas de carácter ambiental.”

Ainda assim considera que “temos que ser pragmáticos quando a situação aperta como é o caso de uma seca extrema, ou seja,  temos que deitar mão dos mecanismos que estão ao nosso alcance para minimizar estas situações.”

A transferência de água de uma bacia para outra, acrescenta o responsável pelos agricultores de Portugal “é uma matéria sobre a qual tem havido uma relutância muito grande para a colocar em cima da mesa mas que numa perspetiva de alterações climáticas como estamos a conhecê-las vai ter que ser feita” considerando que se tal não acontecer “estamos a condenar a um fracasso sistemático, ano sim, ano não, determinada região que depois acaba por dar origem ao abandono e é pior o abandono que a solução de tirar partido da água que esteja noutro local e que tenha possibilidade de ser transferida para ali.”

Questionado se, na sua opinião, em termos de regadio, Alqueva e a sua água já deviam estar mais para além daquilo que está, Eduardo Sousa refere” vou utilizar uma expressão alentejana “as cadelas apressadas parem os filhos cegos”, salientando “a evolução do Alqueva foi até mais rápida do que aquilo que estava previsto.”

O Presidente da CAP faz um balanço positivo dizendo “correu bem no seu conjunto; tem situações que precisam de ser corrigidas e há situações que não correram assim tão bem”. O responsável adianta “a experiência diz-nos que agora vamos com calma.”

Cauteloso é peremptório em afirmar “parar não, mas evoluir com calma acho que é o que nós devemos fazer- “

Apesar de todas as cautelas, Eduardo Sousa sublinha “o alqueva ainda pode estender-se de alguma maneira, não muito mais porque os tempos também não estão para considerarmos que aquilo é um bem infinito, mas acho que há ainda espaço” exemplificando o caso da “margem esquerda do guadiana na região de Serpa, a região de Moura pois essa região não pode ficar esquecida havendo condições para a beneficiar.”

O Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal reiterando “há muita matéria para trabalhar para que o Alqueva continue a fazer aquilo que já fez que é um benefício muito grande para a região e para o país.”

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