O volume de água para rega fornecida pela albufeira do Alqueva aos perímetros do seu empreendimento de fins múltiplos e confinantes aumentou em 2022, face ao ano anterior, revelou hoje a empresa gestora do sistema.
De acordo com o Relatório de Caracterização dos clientes da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) em 2022, neste ano o volume de água fornecida pelo Sistema Global de Alqueva aos clientes da EDIA totalizou um volume de 516 585 724 m3 de água.
O maior volume, na ordem dos 363.223.570 m3, destinou-se aos beneficiários dos perímetros do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA) e regantes precários.
“Verifica-se que existiu um aumento do consumo em cerca de 15% [relativamente a 2021, que foi de 315.075.844 m3], tendo este aumento face a 2018 atingido os 85%”, frisa o relatório.
No documento, a EDIA , nas suas principais conclusões pode aferir-se que os clientes da EDIA, no que diz respeito ao fornecimento de recursos hídricos, podem ser divididos em 3 grupos:
Agricultores, composto pelo grupo mais numeroso de clientes, quer a nível individual, quer como sociedades. São geralmente denominados os “regantes de Alqueva”. Este grupo de agricultores foi criado com a implementação de Alqueva, e a disponibilização de recursos hídricos, a qual começou, de forma mais consistente, após 2010. Este grupo representou em 2022 o maior volume de água consumido em Alqueva 390.388.989m3, que é 76 % do total.
Associações de Beneficiários, pré-existentes à implantação do projeto de Alqueva, gerem Aproveitamentos hidroagrícolas limítrofes. Em algumas situações, como no caso dos Perímetros de Rega do Roxo e de Odivelas, a sua implementação foi realizada tendo por pressuposto a sua ligação ao Alqueva. O volume consumido em 2022 foi de 105.677.593 m3, representando cerca de 20 % do total distribuído por Alqueva.
Empresas do Grupo Águas de Portugal, representam os setores de consumo prioritários. O volume consumido foi de 9.691.651 m3, o que representa 4 % do total.
Em termos de áreas regadas, a soma dos grupos “agricultores” e “Associações de Beneficiários”, foi perto dos 151 mil hectares, enquanto o abastecimento público se dirigiu a 13 concelhos do Alentejo.
Com este trabalho consegue-se uma abordagem integrada da componente socioeconómica do EFMA que permitirá, no futuro, caracterizar com maior fiabilidade, as principais partes interessadas presentes no EFMA e que influenciam a EDIA e/ou são influenciadas pelo desempenho da Empresa.
Pode consultar o relatório em: https://radiocampanario.com/novo/wp-content/uploads/2023/03/Relatorio_Caracterizacao_Clientes_EDIA_2022.pdf