A Barragem de Alqueva , o maior lago artificial da Europa , chegou ao Alentejo há 20 anos e marcou para sempre a região . Determinante para vários setores, impulsionou o turismo da região mas acima de tudo revolucionou o setor da agricultura permitindo que o território introduzisse outras culturas.
A capacidade de armazenagem desta Albufeira tem sido estrutural para garantir o abastecimento às populações mas acima de tudo para garantir o regadio. A sua capacidade de armazenamento de água tem-se revelado estrutural para as restantes albufeiras a nível nacional. No conjunto de todas as albufeiras públicas existentes no País, Alqueva assume um papel de destaque pois sem a sua existência, as restantes albufeiras teriam menos água do que em 2023, de acordo com os dados hoje avançados pelo público.
Apesar da chuva que caiu no primeiro semestre de 2024, as Bacias mais a Norte do País, continuam, nesta altura, a registar menos água armazenada face ao ano anterior, cenário que se altera quando olhamos para as Barragens mais a sul, nomeadamente nas Bacias do Guadiana, Sado e Algarve, onde se verificou um crescimento, concentrando todas elas mais água do que no ano passado.
As Albufeiras a sul do País registaram, de acordo com a mesma fonte, face a 2023, um aumento de 562,7hm3 , dos quais 466hm3 foram sustentados pela albufeira de Alqueva, a que mais contribuiu para os resultados obtidos. Sentido inverso nas reservas de água do norte do País onde se verificou um decréscimo de 211,7hm3.
As expetativas criadas em torno de um aumento substancial nos armazenamentos das albufeiras e na rede hidrográfica nacional não se concretizaram. Atualmente, as albufeiras públicas nacionais atingiram 71% dos 9312hm3 que podem reter, o que , no futuro, o que pode colocar em causa a sustentabilidade deste bem escasso , no futuro, em particular na agricultura avança a mesma fonte.
De acordo com os dados divulgados pelo Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos, referentes a Agosto , das 21 Albufeiras existentes na região Alentejo e que abrangem as Bacias Hidrográficas do Guadiana, Sado e Mira, apenas duas estavam com uma capacidade de armazenagem acima dos 80% e Alqueva é uma delas (a par de Alvito), registando um nível de armazenamento que a deixa numa posição confortável.
Atualmente, garante água a 130 mil hectares de regadio, água para o abastecimento público e industrial, para a produção de energia e para o desenvolvimento de atividades turísticas, desportivas e de lazer. Assume o papel de Mãe d’água de um sistema que interliga, atualmente, 72 barragens e reservatórios, fundamental para a subsistência da agricultura na região.
Pelo peso que tem no contexto dos recursos hídricos de Portugal, Alqueva é hoje visto como um verdadeiro caso de sucesso e talvez por isso seja tão “cobiçado”, em particular por Espanha que assumiu recentemente a disponibilidade de pagar pela água do maior lago artificial da Europa.
