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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Alqueva tem neste momento“24 obras em curso, totalizando entre 2014 e 2015 os 370 milhões de euros” (c/som)

Numa altura em que metade do país está em seca severa, com o Alentejo a ser uma das zonas mais afetadas e com falta de pastagens para os animais, a barragem de Alqueva está em condições “de resolver muitos problemas”.

À Rádio Campanário, o presidente da EDIA, José Pedro Salema diz que o abastecimento público do Alentejo pode ser resolvido através da enorme reserva estratégica que Alqueva permite suprir em momentos de carência, “só um grande reservatório como é a albufeira de Alqueva é possível atravessar períodos de seca prolongada que são características desta zona do país”.

José Pedro Salema salienta que “o sistema Alqueva não é só uma barragem, é uma rede que inclui 68 planos de água com muitas albufeiras e muitos reservatórios de regularização que estão interligados com uma rede primária com uma extensão de 380 quilómetros e é esta rede que permite chegar a muitos locais onde já existe ETA e Sistema de Abastecimento Público”.

“Em momentos de crise, Alqueva pode suprir essas necessidades extraordinárias”, refere.

 O presidente da EDIA conta que neste momento existem “24 obras em curso, 21 frentes de trabalho e a mais pequena é de cerca de 3 milhões de euros de investimento”, acrescentando, “desde 2014 a 2015 temos um investimento global de 370 milhões de euros, há muita coisa ainda a ser feita, mas está a correr muito bem, o que conseguimos antever é que não há nenhuma razão para que os prazos sejam dilatados”.

Quando questionado sobre os valores que são cobrados aos regantes, José Pedro Salema explica que “há dois serviços de água em Alqueva, o fornecimento em baixa pressão e o fornecimento em alta pressão, depois existe uma divisão do preço numa componente fixa, taxa de conservação que é independente do volume, quer o proprietário use ou não use, quer o proprietário gaste ou não água, terá sempre que pagar a taxa de conservação e depois há a taxa de exploração que é um valor por metro cubico”, referindo, “o valor em baixa pressão é de cinco cêntimos e o valor em alta pressão é de dez cêntimos por metro cubico”.

José Pedro Salema diz ainda que é necessário fazer um investimento, “o processo de reconversão de sequeiro para regadio é preciso o proprietário fazer muitos investimentos numa rede de aplicação e distribuição de água”, ressalvando, “o PDR está com concursos abertos e estes investimentos são elegíveis e um agricultor consegue ir buscar a fundo perdido cerca de 50% do valor dos investimentos na rede de rega, algo que é raro noutros setores de economia”.

“Se fizermos as contas, os projetos de regadio têm viabilidade económica e conseguem compensar muito facilmente os investimentos que são realizados nestes equipamentos, é preciso alguma capacidade empresarial”.

 

A albufeira de Alqueva, localizada no coração do Alentejo, no rio Guadiana, começou a encher a 8 de fevereiro de 2002 e já atingiu várias vezes o nível pleno de armazenamento.

A conclusão do projeto, inicialmente prevista para 2025, foi revista pelo anterior Governo PS para 2015 e, depois, antecipada para 2013, o que acabou por não ser possível, segundo o atual Executivo PSD/CDS-PP, que, entretanto, assumiu o compromisso de terminar as obras este ano.

Alqueva, na sua capacidade total de armazenamento, à cota de 152 metros, é o maior lago artificial da Europa, com uma área de 250 quilómetros quadrados e cerca de 1.160 quilómetros de margens.

    

 

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