Foi ontem divulgado, em Alter do Chão, no Horse Economic Fórum, um estudo que revela que a economia do cavalo em Portugal gera “cerca de 25 milhões de euros” anualmente, sendo o impacto total do setor na União Europeia de “cerca de 100 mil milhões de euros”.
Segundo a Agência Lusa, este estudo permite, pela primeira vez, medir o impacto económico do setor equestre na economia portuguesa e europeia.
A análise foi apresentada através de um documento, o anuário do cavalo do Horse Economic Fórum, tendo o estudo sido desenvolvido pela EY – Parthenon Portugal, e traduz o impacto direto das atividades envolvidas na cadeia de valor do setor, como a criação, empresas industriais e serviços como a educação ou turismo e os impactos indiretos.
O mesmo estudo explica que em Portugal o setor do cavalo representa para a economia “cerca de 25 milhões de euros”, olhando apenas para a componente de desporto equestre.
Ainda no panorama português, verifica-se que existem “perto de 100 mil equídeos” em Portugal de três diferentes raças autóctones: Puro-Sangue Lusitano, Garrano e Sorraia.
Em Portugal, estão inscritos na Ordem dos Médicos Veterinários“160 médicos veterinários” ligados à atividade equina e, “calcula-se que existem cerca de 29 mil explorações”, contabilizando-se ainda “mais de mil treinadores” inscritos na Federação Equestre Portuguesa.
De acordo com o estudo, em 2022 existiam “perto de 500 competições desportivas” e “mais de oito mil” atletas federados.
O anuário do cavalo do Horse Economic Forum aborda também a vertente do turismo equestre em Portugal, uma “atividade em crescimento”, que tem “atraído cada vez mais” visitantes nacionais e estrangeiros.
Os passeios a cavalo representam “96%” dos serviços disponibilizados pelos agentes de turismo e os passeios a charrete “28%”, segundo indica o anuário.
“Os cavalos são uma parte importante da cultura portuguesa e, por isso, as tradições equestres têm uma longa história no país, representando os estágios de aperfeiçoamento 62% dos serviços dos agentes de turismo”, acrescenta o estudo.
As aulas de equitação representam “12%” e o batismo equestre “4%”.
Os turistas equestres espanhóis são quem mais visitam Portugal, seguindo-se os turistas oriundos do Reino Unido, Alemanha, França, Países Baixos, Bélgica e Estados Unidos da América.
Em Portugal, Alter do Chão é um dos municípios mais emblemáticos da tradição coudélica, onde está inserida a Coudelaria de Alter, mais concretamente na Herdade da Tapada do Arneiro, sendo esta a mais antiga coudelaria portuguesa.
A principal missão da coudelaria é a criação, o fomento e o melhoramento genético do Puro-Sangue Lusitano e do Alter Real e tem “em média 60 nascimentos” por ano, tendo em 2019 obtido receitas de “180 milhões de euros”.
O anuário do cavalo acrescenta ainda que, no panorama europeu, esta indústria conta atualmente com a existência de “sete milhões de cavalos”, emprega “cerca de 800 mil pessoas”.
“Desse número, perto de 10 mil são jurados, designer´s de provas, técnicos e veterinários geridos pela Federação Equestre Internacional, para que sejam oficiais de competição nos cerca de 88 mil eventos desportivos existentes”, indica o estudo.
O Horse Economic Forum é promovido pela Câmara de Alter do Chão, sendo o primeiro evento sobre a economia do cavalo realizado em Portugal, decorrendo esta iniciativa até sábado naquela vila alentejana.
Texto: Agência Lusa