8 de agosto de 2024 (Campanário) – A população residente e o emprego gerado são variáveis económicas essenciais para o Alentejo (Região NUT II) enfrentar o desafio do desenvolvimento económico e social. De acordo com Carlos Corona, economista, as variações na população residente resultam da soma do saldo natural com o saldo migratório. O saldo natural é calculado pela diferença entre a natalidade e a mortalidade, e é fortemente influenciado pelo envelhecimento da população. Os censos de 2021 registaram 219 idosos por cada 100 jovens no Alentejo, indicando uma tendência de menor fecundidade e maior mortalidade.
O saldo migratório é determinado pela diferença entre as famílias que se mudam para o território e aquelas que o deixam. As decisões da migração são influenciadas pelas oportunidades económicas, nomeadamente o emprego e as remunerações. A geração de emprego é crucial para a variação da população, pois favorece condições para que os jovens casais tenham mais filhos e atrai novos residentes.
Entre 2011 e 2021, a população residente no Alentejo diminuiu em 52.769 habitantes, passando de 757.302 para 704.533, o que corresponde a uma taxa de crescimento negativa de 7%. No mesmo período, o número de postos de trabalho reduziu-se em 6.422, de 298.691 para 292.269, resultando numa taxa de crescimento negativa de 2,2%.
Os territórios sub-regionais do Alentejo não apresentam a mesma dinâmica na evolução da população e do emprego. O estudo propõe analisar a evolução da população residente e do emprego nos dois principais concelhos de cada NUT III do Alentejo, entre 2011 e 2021. A metodologia utiliza números índices para comparar o desempenho destes concelhos face aos valores de referência do Alentejo, assumindo uma base 100.
Esta análise visa melhorar a compreensão das diferentes realidades sub-regionais no Alentejo, contribuindo para uma perceção mais precisa das dinâmicas locais e dos desafios enfrentados no desenvolvimento económico e social da região.