O Primeiro-Ministro, António Costa, esteve esta segunda-feira em Évora, na cerimónia da assinatura da adjudicação da obra do novo Hospital Central do Alentejo.
A RC esteve presente nas instalações da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, onde decorreu a cerimónia que contou também com a presença da Ministra da Saúde, Marta Temido.
No seu discurso o Primeiro-Ministro afirma que “Não vale a pena termos a ilusão de que enfrentamos esta pandemia sem dor”.
António Costa referiu que, “em regra”, aprende-se na vida que não se trata “nenhuma doença sem dor”, dando o exemplo: “uma vacina é fundamental, mas dói a injeção” e “as operações são necessárias, mas doem”.
“O combate a esta pandemia também tem dor. Temos de minorar a dor, mas temos de o fazer para salvar a saúde todos, para salvar a nossa vida em sociedade e também para salvarmos o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a capacidade que nunca poderá faltar de responder aqueles que necessitam”, disse.
António Costa classificou o trabalho feito pelos profissionais de saúde como “excecional”, assinalando que “há uma coisa que nem os médicos, nem enfermeiros, nem os assistentes operacionais, nem o SNS consegue fazer, que é aquilo que está a montante”.
“É aquilo que depende exclusivamente de nós, que é travarmos a pandemia, porque se todos ficarmos doentes, aí, efetivamente, não há SNS que nos valha”, avisou, considerando que “a única e melhor forma” de os portugueses ajudarem é evitarem ficar doentes e transmitir a doença a outras pessoas.
O Primeiro-Ministro reconheceu que o combate à pandemia “é duro, perturba muito a vida e tem custo económicos muito grandes para o comércio, restauração e para todos”, mas notou que “as alternativas não são muitas”.
“Entre o confinamento durante toda a semana e o confinamento ao fim de semana, é difícil de escolher, mas temos de escolher qual é o mal menor”, sublinhou.
Na sua intervenção, adiantou ainda que, no próximo ano, Portugal vai “passar do último lugar na União Europeia para a média da União Europeia” quanto ao número de camas de cuidados intensivos em função da sua população.
António Costa revelou que os hospitais estão a ser reforçados com a entrada de “48 médicos intensivistas” e que outros “46 entrarão em formação a partir de janeiro”, referindo que estão a ser também recrutados enfermeiros intensivistas e instalados ventiladores.
O primeiro-ministro, António Costa, argumentou hoje que “há mais vida para além da COVID” e considerou “absolutamente inadiável” aumentar o investimento público em Portugal, que já cresceu 20% este ano, apesar da pandemia.
“Hoje, a prioridade é muito clara” e passa por combater a pandemia de covid-19, “tratar da recuperação económica e social” do país, afirmou o chefe de Governo.
É preciso “reconstruir” o país para que, “no futuro, seja mais resistente a situações adversas, sejam crises financeiras como a de 2011, sejam crises pandémicas como a que estamos a viver em 2020, sabendo que há sempre mais vida para além do ‘COVID”.
O Orçamento do Estado (OE) “que está em apreciação na Assembleia da República prevê um aumento do investimento público em mais 23,2%”, destacou Costa.
“O país não era rico e não enriqueceu com a pandemia, mas temos que mobilizar todos os nossos recursos para que seja possível aumentar este nível de investimento”, para infraestruturaras “que fazem falta ao país” nas áreas da saúde, educação, mobilidade, ambiente, entre outras, aludiu.