O Presidente da Câmara Municipal de Redondo, António Recto, revelou à Rádio Campanário que está “com algumas expetativas” no XXI Governo Constitucional, empossado esta quinta-feira, 26 de novembro, pelo presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.
Em declarações à Rádio Campanário, o autarca refere que se sente “satisfeito” porque sempre foi “um homem de esquerda, continuo a ser e serei sempre (…) daí a haver este entendimento, não acordos, que isto fique bastante claro, a nível dos Grupos Parlamentares e da Assembleia da República, (…) cria-nos a nós, algumas expetativas (…) eu acredito na classe política, acredito nos partidos políticos e também quero acreditar neste entendimento (…) uma coisa é certa, eu penso que estão reunidas as condições para que este povo não continue a ser sacrificado como foi nos últimos quatro anos, só por isso os entendimentos já são válidos, mas queremos mais”.
António Recto diz que tem que existir “uma maior redistribuição da riqueza, mas também assumir uma maior responsabilidade”, realçando que “o país atravessa grandes dificuldades, mas não só o nosso país, é toda a Europa, esta crise foi até mundial, todos nós temos que contribuir para elas, ser razoáveis nas exigências que fazemos”.
Quando questionado, o autarca refere, “nós assistimos a um acordo de viabilização de um Governo do Partido Socialista (…) é evidente que é a primeira vez que isto acontece em 40 anos de democracia”, um partido que ganha as eleições e não elege o Primeiro-ministro, “mas isto não é inédito, temos países na Europa em que o Primeiro-ministro é o quinto partido mais votado nesse Parlamento”.
Instado sobre a diferença de políticas entre o PS e o PC, António Recto salienta que “o acordo é uma base para a formação de um Governo e para a estabilização desse Governo, do programa de Governo e do orçamento (…) essa negociação tem que se manter, só é possível se houver negociação ao longo destes quatro anos, só assim é possível garantir a legislatura (…) estamos no princípio de umas negociações entre quatro forças políticas que têm que manter um diálogo e uma negociação permanente ao longo desta Legislatura para ela vingar conforme foi concebida, a não ser assim, estamos limitados”.
Quanto à posição do Partido Comunista na defesa da saída de Portugal do Euro, António Recto refere que “são coisas diferentes e nenhum perdeu a sua ideologia, qualquer desses partidos mantem a ideologia que tinha até aqui, uma coisa são os acordos parlamentares para a formação do Governo e uma outra coisa são os acordos para a formação do Governo, e uma outra coisa são as ideologias de cada força politica e essas vão-se manter, nem o PC vai abdicar daquilo que sempre reivindicou, que é a saída do Euro, contra a NATO (…) mas as negociações têm que saber ultrapassar estas questões, não tendo capacidade para as ultrapassar, temos um Governo limitado”.