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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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“Apesar da exclusão pelo SNS até Nov., os bombeiros já transportavam uma média de 100/200 doentes covid por mês, desde o início da pandemia” diz Inácio Esperança(c/som)

O Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora (FBDE), Inácio Esperança. em entrevista à Rádio Campanário, falou do transporte de doente à covid 19 e doentes não covid efetuado pelo Bombeiros Voluntários

Quando questionado acerca do processo de autorização para o transporte de doentes COVID, o Presidente esclarece que o serviço sempre esteve autorizado: “Nós sempre transportámos doentes e pudemos transportar doentes.

O Estado, no início da pandemia, entendeu excluir os bombeiros do grupo de combate à pandemia porque contratualizou com a Cruz Vermelha Portuguesa, com toda a legitimidade que tem a Cruz Vermelha, o transporte deste tipo de doentes”.

Inácio Esperança relata que em março do ano passado apenas havia uma ambulância a em Alter do Chão para transportar doentes COVID para Évora e para Beja, o que originou que os utentes telefonassem para os bombeiros e estes fizessem o transporte solicitado: “nós transportávamos como sempre transportámos e demorou tempo até o Estado perceber que éramos nós que estávamos a fazer quase todos os transportes, 90% dos transportes de doentes Covid. Demorou até Novembro”. O presidente assegura que até o Estado perceber que os bombeiros estavam a assegurar os transportes de doentes Covid foram feitos milhares de transportes de doentes Covid, equivalendo a uma média de 100/200 por mês. Em Novembro foi então criado o Plano Nacional de Combate ao Covid, no qual os Bombeiros foram incluídos com uma ambulância em cada quartel.

Em relação ao transporte de doentes com outras patologias e sem Covid, Inácio Esperança refere que em março do ano passado foi o próprio SNS que cancelou tudo o que eram consultas e tratamentos não urgentes e isso facilitou o serviço dos bombeiros, que conseguiu transportar os doentes Covid, fazer sempre o socorro a tempo e horas, e fazer outros serviços de transferências de urgência dos centros de saúde para os hospitais que não são na sua maioria de carácter urgente.

Houve, contudo, a partir de Dezembro, uma crescente dificuldade verificada pelo facto de haver bombeiros infetados e de o número de serviços não ter reduzido, até porque o SNS não cancelou os tratamentos não urgentes e as consultas não urgentes. Inácio Esperança declara que “houve momentos muito complicados tendo nós pedido à ARS Alentejo na Comissão Distrital de Proteção Civil e à União do Hospital de Évora que reduzissem ao máximo os transportes não urgentes para que conseguíssemos dar resposta aos hemodialisados, aos doentes oncológicos e ao socorro emergente”.

Inácio Esperança declara que no mês de Janeiro/Fevereiro houve uma diminuição dos serviços mas que os bombeiros se mantiveram sempre ativos e responderam às necessidades trabalhando em rede: “trabalhamos em rede e com esse trabalho em rede conseguiram uns ajudar os outros e dar resposta a todos os utentes necessitados”. No que diz respeito ao mês de Janeiro, o Presidente refere que se verificou impossibilidade de realização de todos os serviços: “houve, durante o mês de Janeiro, alguns serviços que não conseguimos fazer, serviços não urgentes, poucos, e alguns atrasos, obviamente, em outro tipo de serviços, o que é perfeitamente compreensível”.

 

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