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Apoio é “primeiro passo” para salvaguarda de murais de Almada Negreiros, diz investigadora da Universidade de Évora

Universidade de Évora

O apoio do Fundo Mundial de Monumentos à conservação dos murais de Almada de Negreiros nas gares marítimas do porto de Lisboa é “o primeiro passo” para salvaguardar estas pinturas, disse uma investigadora da Universidade de Évora.

Trata-se do “primeiro passo para a salvaguarda futura deste conjunto de pinturas murais”, congratulou-se hoje Milene Gil, do Laboratório HERCULES da Universidade de Évora (UÉ), citada num comunicado da academia.

A investigadora é a responsável pelo projeto “ALMADA – O desvendar da Arte da Pintura Mural de Almada Negreiros (1938-1956)”, que está a estudar “pela primeira vez com técnicas de imagem e de análise o legado de pintura mural” do artista, lembrou a UÉ.

O Fundo Mundial de Monumentos (WMF, na sigla inglesa) selecionou uma candidatura da Administração do Porto de Lisboa (APL) para a preservação das pinturas murais de Almada Negreiros nas gares marítimas, que conta com o apoio analítico do laboratório HERCULES.

Esta organização internacional de proteção do património mundial escolheu candidaturas de 25 lugares no mundo com “importância cultural extraordinária” a necessitar de “preservação urgente”, de entre os quais as gares marítimas de Alcântara e Rocha do Conde d’Óbidos, em Lisboa.

A WMF irá trabalhar com a APL num projeto de conservação dos históricos murais do artista Almada de Negreiros existentes no edifício e também na estruturação de uma estratégia de gestão cultural das gares, revelou a administração portuária, num comunicado, no início do mês.

Segundo Milene Gil, com este apoio ao trabalho que está a ser desenvolvido, o conjunto de pinturas murais do artista, “uma das figuras-chave da vanguarda e do modernismo em Portugal”, vai, “finalmente, “ter o reconhecimento merecido a nível internacional”.

O projeto “ALMADA – O desvendar da Arte da Pintura Mural de Almada Negreiros (1938-1956)” está centrado em cinco núcleos de pinturas murais do artista existentes em Lisboa, não apenas nas duas gares marítimas, mas também em outros edifícios, disse a UÉ.

“Os trabalhos analíticos a desenvolver nas duas gares”, onde os investigadores estudam “14 murais de Almada Negreiros”, vão decorrer “em estreita parceria com a equipa de restauro” e serão coordenados por Milene Gil, acrescentou.

O estudo científico, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), quer desvendar a arte da “vasta obra mural” do artista e as técnicas pictóricas e materiais que utilizou, segundo a academia alentejana.

“Em que aspetos este artista multidisciplinar português foi inovador” e “quais as fontes e tendências no desenvolvimento da sua prática como pintor muralista” são questões às quais os investigadores esperam dar resposta.

O projeto resulta de uma parceria entre o HERCULES, o Laboratório José de Figueiredo da Direção-Geral do Património Cultural, o Instituto de História de Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e a Administração do Porto de Lisboa.

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