O Ministério Público arquivou o processo que corria contra José Calixto, ex-Presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz.
O MP considerou não se ter verificado crime e arquivou o inquérito relacionado com o eventual favorecimento do antigo presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz José Calixto no caso da toma da vacina contra a covid-19. O despacho de arquivamento refere que durante a investigação, “não se aferiu que tivesse havido algum favorecimento”, podendo ainda ler-se “determino o arquivamento dos autos, por não se ter verificado crime.
A Rádio campanário falou com José Calixto sobre o resultado deste inquérito. O antigo presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz começou por referir “sempre dei a cara pelos meus atos ao longo da vida e fá-lo-ei agora na mesma” sublinhando “o tempo da justiça dá-me ideia que começou agora” realçando o facto de “este passo que foi dado agora , mais de 600 dias depois dos factos, não consegue reparar todo aquela campanha suja de tentativa de assassinato de carácter que se passou no início de 2021.”
Para José Calixto, esta decisão “repõe princípios de honra, de dignidade, da pessoa humana e neste caso, de um conjunto de pessoas que desempenham cargos públicos e que sempre o fizeram atendendo ao superior interesse daqueles que defendiam.”
Em resposta à questão colocada pela Rádio Campanário, nomeadamente qual a sua reação ao arquivamento deste processo por parte do Ministério Público, José Calixto refere “neste caso não há qualquer arquivamento de processo porque nem sequer houve processo” esclarecendo que “houve apenas uma análise das declarações e das publicações da imprensa nacional, segundo a Procuradora da República, e foi decorrente dessa análise que foi aberto um inquérito que, digo eu,obviamente foi arquivado com um fundamento e com uma conclusão de que todo o processo de vacinação na fundação Maria Inácia Perdigão Silva demonstrou uma preocupação em efetivamente proteger os utentes e profissionais que pudessem apresentar risco de propagação da pandemia.”
O ex-autarca considera “seria um ato de total irresponsabilidade que alguns elementos da direção que tinham que, a titulo voluntário, tivessem que participar na prestação de cuidados a cerca de 80 idosos, não fossem para lá vacinados ou ficassem em casa, agravando ainda mais a falta de recursos humanos já existente”.
Lamenta contudo que “esta campanha tem o que de mais ignóbil pode haver num ser humano que é utilizar tragédias, para atacar pessoas, atacá-las com um objetivo, que desconhecemos mas presumimos qual tenha sido”. Ainda assim considera que este “é mais um passo da justiça que repõe um caminho de injustiça que vinha percorrendo nestes 600 dias com muitos prejuízos pessoais e institucionais.”
Questionado quais os prejuízos, a titulo pessoal José Calixto refere “é quase desumano falar nisso “. Já em termos públicos, acrescenta “recordo que após este facto comecei uma campanha eleitoral em Évora com 18 pontos de atraso para a força política que estava no poder e que ainda está e terminei a 270 votos em 60 mil que é o colégio eleitoral do concelho Évora.”
Para José Calixto não há dúvidas sobre os impatos desta situação acrescentando “é fácil perceber o impato e o caminho das pedras que tive que percorrer para explicar se não tivesse sido vacinado aí sim teria sido irresponsável perante aqueles que tinha que defender.”
O antigo autarca de Reguengos de Monsaraz e atual vereador na CM de Évora reafiirma “a campanha foi tão bem montada que a opinião pública foi virada contra pessoas que lutaram diariamente na sua instituição .”
Questionado pela RC se considera ter sido montada uma cabala política contra a sua pessoa refere “deixo essa análise, com toda a tranquilidade, para quem de fora vê agora o que está a acontecer e o que irá acontecer daqui para a frente” realçando “eu considero que este passo que a justiça dá é apenas o início do caminho da justiça porque obviamente se foram feitas estas acusações veiculadas como a Senhora Procuradora e , citando-a, diz, pelos órgãos de comunicação nacionais, enfim, a comunicação social é responsável , presumo eu, e portanto veiculou aquelas denúncias ou supostos factos que alguém lhes transmitiu.”
José Calixto conclui referindo “vamos ver se a justiça também consegue apurar, não havendo qualquer tipo de crime, ou de irregularidade, quem é que foi que transmitiu essas informações , se são ou não verdadeiras.”
Questionado pela Rádio Campanário se vai procurar saber , o mesmo refere “é o mínimo que eu posso fazer para ajudar a justiça a fazer o seu percurso” conclui.