Como a RC noticiou, a diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central, Maria Laurência Gemito, revelou hoje ter-se demitido formalmente do cargo.
Segundo refere à Lusa Lusa, alega que vai voltar a lecionar na Universidade de Évora (UÉ): “Apresentei a minha demissão formal. Pedi hoje ao presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo [José Robalo] para deixar as minhas funções enquanto diretora executiva do ACES porque pretendo assumir o meu cargo de professora-coordenadora na UÉ”.
Maria Laurência Gemito acrescentou que, uma vez que o conselho clínico do ACES é escolhido pelo diretor executivo que estiver em funções na altura, segundo a legislação, a sua saída do cargo implica que os quatro elementos deste órgão “também saiam”.
“Eles não precisaram de apresentar demissão. Atendendo a que eu saio e que os quatro membros do conselho clínico foram nomeados por mim, automaticamente saem comigo”, precisou.
As saídas destes responsáveis acontecem numa altura em que Reguengos de Monsaraz, um dos concelhos pertencentes ao ACES do Alentejo Central, regista o maior surto de COVID-19 no Alentejo.
Laurência Gemito escusou-se a abordar o surto de Reguengos de Monsaraz em declarações à Lusa, vincando que a sua demissão se deve “a motivos pessoais e profissionais” ligados ao regresso à UÉ, mais precisamente à Escola de Enfermagem S. João de Deus, onde leciona desde 2001.
“A minha nomeação como professora-coordenadora foi publicada em Diário da República em março e era para ter saído na altura, mas não saí, atendendo à situação que se vivia. Os últimos tempos têm sido desgastantes, com todo o trabalho à volta da COVID-19, e com o aproximar do ano letivo preciso de tempo para preparar o meu regresso. Está na altura de sair”, insistiu.
Na sua página na Internet, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) aludiu hoje a estas demissões e manifestou solidariedade para com os colegas, afirmando esperar que “o presidente da ARS Alentejo por fim revogue as orientações ilegais que emitiu”.
O SIM reproduz também a mensagem enviada por Maria Laurência Gemito e António Matos, presidente do conselho clínico e de saúde, aos profissionais do ACES Alentejo Central, que “tem estado na ribalta nos últimos dias por causa do problema dos idosos de Reguengos de Monsaraz e da desastrosa gestão que a ARS Alentejo está a fazer da questão”.
“Pelo respeito que temos por todos vós, não queremos deixar de vos informar de uma decisão tomada por nós, diretora executiva e conselho clínico e de Saúde do ACES Alentejo Central, na passada sexta-feira, em reunião conjunta e que acabámos de formalizar, apresentando o nosso pedido de demissão superiormente, com efeitos imediatos”, refere a mensagem, citada pelo SIM.