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Arcebispo de Évora e o Natal: Dos sinais à palavra

Neste Natal de 2019, o Arcebispo de Évora viveu várias iniciativas que foram sobretudo marcadas por sinais e por palavras.
 

ESTABELECIMENTO PRISIONAL DE ELVAS

No dia 24 de Dezembro, D. Francisco José Senra Coelho, dedicou a manhã, a partir das 10 horas, ao Estabelecimento Prisional de Elvas, onde celebrou a Eucaristia com os reclusos e cumprimentou os Guardas Prisionais.

À homilia lembrou que “o Natal é a certeza de quanto Deus acredita nos Homens e com eles conta para edificarmos juntos um mundo melhor, a partir do Seu projecto de Amor expresso no Mandamento Novo, proclamado no pregão dos Anjos ‘Glória a Deus nas Alturas e Paz na terra aos Homens por Ele amados’.”

Na reflexão compartilhada com os reclusos, o Prelado Eborense justificou a sua visita àquela capelania prisional “pelo facto de saber que ali estão irmãos pertencentes à Igreja pelo Baptismo e que, por isso mesmo, sendo parte da Igreja, agora em sofrimento, pela privação da sua liberdade, o Bispo enquanto Pastor os deve procurar para os escutar e com eles compartilhar a Fé.”

A todos, o Arcebispo incentivou “a fazer do tempo em que permanecem no estabelecimento prisional, um período de reencontro pessoal, capaz de alicerçar novas etapas de vida, porque afinal, sendo o Natal a festa do nascimento de Cristo, com Ele vem o convite e o desafio para um renascimento de vida”.

Os voluntários da capelania, ligados ao Movimento Teresiano Apostólico (MTA), entregaram uma prenda a cada presidiário e enviaram presentes de Natal para os seus filhos e famílias.

 
FAMÍLIA EBORENSE ACOLHE MÃE E FILHA REFUGIADAS 

No dia 24, às 16 horas, decorreu o acolhimento a uma jovem cristã dos Camarões, refugiada no Centro de Acolhimento Jesuíta de Évora, feito por uma família cristã da cidade eborense, Adel Cidarus e Alice Cabral, capazes de dialogar com a cultura francófona da Anne e sua filha Dianne (na foto em baixo). Criar esta possibilidade e apoiar este encontro de famílias, foi a missão do Arcebispo de Évora, na tarde de 24 de Dezembro, como estava anunciado. Por isso, o encontro não foi no Centro de Acolhimento de Refugiados, mas na casa da família, onde Anne e sua filha permaneceram. Para a família cristã eborense este acolhimento “foi uma bênção para nós todos”.

 
MISSA DO GALO 

Pela meia-noite de 24 de Dezembro, na igreja de S. Antão, em Évora, D. Francisco José Senra Coelho celebrou a Eucaristia da Vigília de Natal (Missa do Galo) Praça do Giraldo.

À homilia, o Prelado eborense começou por dizer que “esta noite escura, que é também das mais longas do hemisfério Norte, está profundamente iluminada por milhares e milhares de luzes espalhadas por todo o mundo. Essas luzes são as vidas simples de milhões de homens e mulheres que sem pretensões, se não de servir na coerência, fazem acontecer na sociedade gestos de fraterna solidariedade, capazes de derreterem camadas geladas de solidão”. 

“Essas vidas, autênticas luzes, porque referências de humanização, são a parte verdadeira da celebração do Natal, contrapostas ao folclore vazio com que o consumismo fútil e banal empobrece e desfigura a beleza que o Natal encerra e propõe com renovada coragem”, continuou o Arcebispo de Évora.

“Dizer OBRIGADO a todos os que traduzem para a sociedade, com autenticidade, a palavra Natal, eis o meu dever. A todos os que credibilizam com  coerência o Natal, para eles a importante e saudável palavra OBRIGADO. Aos obreiros do Natal: Obrigado”, agradeceu o Prelado.

Nesta Missa do Galo, o Arcebispo compartilhou na homilia, com todos, nomeadamente com as crianças e com os mais novos, um pedagógico ‘Conto de Natal’, pelo qual se percebe a importância da palavra OBRIGADO, dirigida ao Amor de Deus, revelado na Encarnação do Verbo e dirigida a todas as pessoas de boa vontade.  “Só na gratidão da riqueza que nos vem pela complementaridade das diferenças se pode alicerçar a compreensão e a Paz. Por isso, importa semear no coração das novas gerações o sentimento da gratidão e a palavra OBRIGADO”, concluiu D. Francisco José Senra Coelho.

 

MISSA DO DIA DE NATAL

No dia 25 de Dezembro, o Arcebispo de Évora celebrou a Missa do Dia de Natal, pelas 11 horas, no Recolhimento Ramalho Barahona, pertencente à multicecular Santa Casa da Misericórdia de Évora.

À homilia, perante o Provedor da Santa Casa, idosos, familiares e funcionários, o Prelado justificou a sua presença na presidência desta Eucaristia para “manifestar a sua proximidade” junto desta instituição com 140 idosos, das maiores do Sul de Portugal, em tempos difíceis devido à insensibilidade demonstrada pelos responsáveis deste sector social perante as enormes dificuldades com que se deparam muitas Santas Casas congéneres e muitas IPSS da região, nomeadamente vários Centros Sociais Paroquiais que “em vez de poderem celebrar o Natal com confiança o estavam a viver na apreensão de um futuro assaz preocupante e em alguns casos até já na angústia da sua sobrevivência.”

O Prelado Eborense lembrou o tema do Ano Pastoral na Arquidiocese: “Discípulos  Missionários da Esperança, pelo acolhimento e pela procura de todos os sedentos de Esperança”. Recordou ainda que “a frase bíblica escolhida pela temática pastoral da Arquidiocese, a fim de nos levar à vivência da Esperança nos diversos momentos da vida, nos ajuda a encarar as dificuldades com confiança: ‘Vinde a Mim e Eu vos aliviarei'”.

“Por isso, o Natal é uma proclamação de Esperança, a presença do Emanuel, Deus Connosco. Viver os Seus valores e critérios no concreto da vida, faz surgir entre nós o Natal”, prosseguiu o Arcebispo de Évora.

“O seu sinal é sempre a valorização da pessoa humana e este é o desafio colocado às políticas sociais que devem mostrar as suas opções pelas pessoas, antes das suas dependências ideológicas”, sublinhou, referindo que parece que a opção a que assistimos é paulatinamente eliminar as instituições de inspiração cristã do panorama social português e “esta é uma ideologia já testada e socialmente reprovada pelos efeitos empobrecedores e desumanizantes produzidos, pois o Estado não tem vocação para tudo, nomeadamente para o afecto”, referiu o Prelado, concluindo que “esta é uma vocação da família e das instituições a ela natural e espontaneamente ligada, por iniciativa local.”

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