A demissão do Ministro da Cultura, João Soares, é no entendimento do Deputado António Costa da Silva, eleito à Assembleia da República pelo círculo de Évora do PSD, “uma derrota muito clara de António Costa”.
António Costa da Silva esteve em Vila Viçosa, no âmbito do Colóquio “Turismo e Desenvolvimento em Espaço Rural – Desafios do Portugal 2020” e declarou à Rádio Campanário que as palavras de João Soares e que levaram à sua demissão, “foram inqualificáveis e demonstra não só aquilo que é a atitude de um ministro, mas de certa forma a atitude de um Governo, que olha para os críticos de uma forma um bocado estranha”.
O Deputado considera que João Soares “excedeu-se nas palavras que tiveram consequências”.
Questionado se o Ministro da Cultura se demitiu ou foi demitido, António Costa da Silva diz que “foi um conjunto de circunstanciações, ele pôs-se a jeito, se calhar também tinha vontade”.
Recorda que João Soares já “tinha dado uma bofetada a António Lamas em sentido figurado, para correr com ele do Centro Cultural de Belém, deu uma bofetada ao Primeiro-ministro de Portugal no dia em que estávamos a discutir o orçamento no Parlamento, saltou para uma manifestação à frente da Assembleia da República a exigir 1% no orçamento da Cultura, coisa que não teve. As bofetadas não vêm só daqui, ou escritas daquela forma, existem muitas em sentido figurado (…) agora foi ele próprio que se bateu ou foi o Primeiro-ministro que lhe deu uma bofetada para sair do Governo, mas isso é um problema do Governo”.
Costa da Silva expressa, “não deixa de ser uma derrota política de António Costa. Para quem defendeu a Cultura como ele tem defendido e que devia ter um Ministério da Cultura, ao longo do tempo foi criticando essa necessidade, escolheu um Ministro da Cultura que pouco tempo depois fez o que fez e teve que sair do Governo, é uma derrota muito clara de António Costa”.
Depois da demissão de João Soares, o Primeiro-ministro António Costa, nomeou para o Ministério da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, atual representante de Portugal junto do Conselho da Europa em Estrasburgo, que tomará posse na próxima quinta-feira.