Num momento em que a venda ao postigo é uma realidade cada vez mais presente na vida dos portugueses, a Rádio Campanário foi procurar saber de que forma está a ser vivida esta realidade por quem faz venda ao postigo no comércio de vestuário.
Regina, vendedora na boutique Boutique “A Tentação”, revela que a venda de artigos de vestuário ao postigo se torna bastante complicada pelo facto de as pessoas não poderem experimentar os artigos em loja e terem sempre de levar para casa quando pretendem experimentar. Regina permite que o cliente leve para casa sem tirar a etiqueta para poder experimentar. Depois, a pessoa volta e troca por outra peça se necessário. Regina esclarece que quando é entregue de volta a peça de vestuário levada pelo cliente, a mesma tem de ficar exposta ao ar: “Quando é para entregar nós temos de pôr ao ar, à porta, para estar pelo menos um dia inteiro a apanhar ar para depois poder meter ao publico na mesma para vender”. Esta situação torna a venda ao postigo “complicadíssima” segundo afirma a vendedora.
Regina observa que atualmente ainda são poucas as pessoas que têm aderido à venda ao postigo e afirma que se “nota medo”.
Uma vez que com a venda ao postigo as pessoas não podem entrar para ver os artigos, há total disponibilidade para trazer à porta todo o tipo de artigos que a pessoa desejar ver, o que faz com que as pessoas tenham de ter em mente o que procuram quando se dirigem à loja
Para Regina, esta fase não será de longa duração e, acredita que “teria sido mais benéfico para o comércio poder trabalhar durante estes dois meses ao postigo do que estarmos em casa fechados. Eu penso assim. As pessoas precisavam de um casaquinho ou de um par e calcas e não tinham, não tinham onde comprar. Se estivéssemos abertos sempre se vendia, não muito mas vendia-se”.
Em relação às vendas, a vendedora refere que notou que, como seria expectável, as vendas baixaram bastante durante o ano de 2020 e o inicio do ano de 2021 e reforça que “foram mesmo muito abaixo as vendas”.
Apesar da pandemia, e do tempo de confinamento com as portas fechadas, Regina não sentiu em vez nenhuma que o seu posto de trabalho pudesse estar em perigo porque esta boutique “sempre é uma lojinha que tem artigos em conta e a pessoa sempre vem. Caso não tenha uma peça mostramos outra e a pessoa acaba sempre por gostar e levar.”