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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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“Às vezes há interesses pessoais que ditam que as pessoas se sintam na obrigação de avançar para a liderança dos partidos”, diz líder do CDS sobre candidatura de Nuno Melo (c/som)

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Após os resultados das últimas eleições autárquicas, nas quais o CDS-PP conseguiu sair vitorioso em quatro candidaturas na região do Alentejo, feitas em coligação com o PSD, Francisco Rodrigues dos Santos falou à RC sobre a estratégia que conduziu a estes resultados e da forma como esses estão diretamente relacionados com a “construção do partido” iniciada por si há dois anos. Assim, o líder centrista, afirma que este é o caminho para a “direita certa” e que os resultados o ajudarão a defender a liderança na disputa interna com outros candidatos, como Nuno Melo.

 

No Alentejo, “nós estabelecemos alianças pré-eleitorais com o PSD e a verdade é que quatro nós conseguimos vencer, isso é um espelho daquilo que se passou em todo o país”, onde “o CDS e o PSD juntos governam hoje mais do dobro das câmaras que governavam há quatro anos atrás”, fruto e “resultado da estratégia que eu imprimi para o meu partido para estas eleições autárquicas, que passava por tornar o CDS na direita certa para o país”, afirma Francisco Rodrigues dos Santos.

 

No seu entendimento, essa é a “direita que soma, que une e que permite ao centro-direita vencer eleições e governar”. Nesse sentido, “o dr. Rui Rio acedeu também a esta ideia de país e provou-se que os nossos dois partidos juntos valem mais do que as somas das partes e conseguimos estabelecer plataformas alargadas à sociedade civil, que permitem a estes dois partidos conquistar o poder e roubá-lo à esquerda, porque era esse o nosso objetivo”. Assim, “sempre que os nossos dois partidos pudessem roubar câmaras à esquerda ou à extrema-esquerda, deviam concorrer coligados”, por isso “o resultado é bastante positivo e os votos no CDS foram imprescindíveis para conseguir conquistar esse poder autárquico e por isso eu estou muito satisfeito”.

 

Questionado sobre se estes resultados será ou não suficientes para derrotar Nuno Melo na disputa interna pela liderança do partido, Francisco Rodrigues dos Santos diz que foi eleito “num dos piores momentos da história do nosso partido: a seguir ao pior resultado de sempre em eleições europeias e eleições legislativas; com o partido absolutamente falido e com dois novos partidos a concorrer à nossa direita”.

 

Além disso, acrescenta, “os resultados que apresento – que é com base neles que se devem avaliar as lideranças – foram: o CDS pela primeira vez no governo da Região Autónoma dos Açores; apoiámos à primeira volta o Presidente da República da nossa família política, que venceu a esquerda; e nas autárquicas o CDS elegeu maus autarcas do que há quatro anos, mais do que duplicámos as câmaras que governamos com o PSD, governamos no total cerca de 50 concelhos”, portanto, “se somarmos a este contexto o facto de ter havido uma Pandemia, o facto de eu não estar no Parlamento, eu acho que os resultados são muito positivos e ninguém, nas mesmas condições, teria melhores resultados”.

 

Questionado sobre o surgimento do nome de Nuno Melo como candidato a disputar a liderança do seu partido, o líder centrista diz que “todos os militantes têm a liberdade de se poder candidatar ou não à presidência do partido”, porém, afirma que “eu não escolho os momentos mais favoráveis para ser candidato a presidente do CDS”, pelo contrário, “escolhi talvez o período mais difícil da história recente do meu partido”. A partir do qual “iniciei a construção do nosso partido há dois anos a esta parte, não me lembrei agora, nem quero que o meu partido seja um partido de grupo, quero um partido popular aberto a todos”. Contudo, “às vezes há interesses pessoais, estratégicos, internos, que ditam que as pessoas se sintam na obrigação de avançar para a liderança dos partidos”, mas “temos que aceitar isso com naturalidade”.

 

Ainda sobre a crise em torno da aprovação do Orçamento de Estado (OE) para 2022, Francisco Rodrigues dos Santos afirma que “nós observamos constantemente uma teatralização, quer de PS, BE e PCP, sempre que é necessário aprovar um OE”, na qual “eles dramatizam as posições para subirem a parada e obrigar o PS a ceder”. Assim “isto é mais uma encenação que vai acabar como as outras, com o OE a ser aprovado pela extrema-esquerda”. Porém, “é lamentável” que Portugal “dependa dos votos da extrema-esquerda para ter um orçamento”, apesar de admitir que “evidentemente que não” seria capaz de fazer uma coligação com o governo, pois “nós somos alternativo ao PS”. Desta forma, a não existir “nada estruturalmente forte” que sustente os acordos do governo à esquerda, o líder do CDS considera que “pode dar a sensação de que os pressupostos que fundamentam o poder do PS acabaram, e é essa avaliação política que cabe em primeiro lugar ao Presidente da República fazer”.

 

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