A associação de defesa do património Pro-Évora congratulou-se hoje com o início do procedimento de ampliação da classificação como monumento nacional da Igreja da Cartuxa de Évora, para incluir o conjunto do mosteiro.
“É um passo burocrático, mas positivo, porque, por um lado, vai permitir salvaguardar o imóvel e a área envolvente com zona de proteção e, por outro, valorizar o imóvel”, afirmou à agência Lusa o presidente do Grupo Pro-Évora, Marcial Rodrigues.
Considerando que o arranque do processo é “um passo fundamental”, o responsável lembrou que foi a associação que avançou, em 2020, com uma proposta para que o conjunto do Mosteiro da Cartuxa de Évora fosse classificado como monumento nacional.
“Interessa-nos classificar todo o conjunto monástico, porque é uma memória da presença Cartuxa em Portugal”, assinalou, considerando que, apesar de alterações, o conjunto do mosteiro mantém “referências que permitem preservar essa memória”.
O processo de ampliação da classificação como monumento nacional da Igreja da Cartuxa de Évora para incluir o conjunto do mosteiro foi iniciado pela Direção-Geral do Património Cultural, segundo anúncio publicado hoje em Diário da República.
No anúncio, o diretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, indicou que o seu despacho, de 12 de abril deste ano, determina a abertura do procedimento de ampliação da classificação da Igreja da Cartuxa e de redenominação para Conjunto Monástico da Cartuxa de Évora.
Este procedimento, pode ler-se no anúncio, foi iniciado após proposta da Direção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlen).
Propriedade da Fundação Eugénio de Almeida, o mosteiro é “uma das mais notáveis obras do renascimento português”, da autoria do arquiteto Giovanni Vincenzo Casale, e foi o último mosteiro contemplativo masculino em Portugal, aguardando agora a chegada das irmãs do Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará.
Com construção iniciada em 1587, o Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli (que significa Escada do Céu) foi o primeiro eremitério da Ordem da Cartuxa a ser construído em Portugal.
Ao longo do tempo, teve diferentes utilizações, nomeadamente como Hospício de Donzelas Pobres de Évora, Escola Agrícola Regional e centro de lavoura da Casa Agrícola Eugénio de Almeida.
Acabou por recuperar a sua função religiosa em 1960, graças a Vasco Maria Eugénio de Almeida, Conde de Vill’Alva.
C/Lusa