A Associação Académica da Universidade de Évora lança fortes críticas ao Secretário de Estado João Paulo Rebelo e acusa-o de profundo desconhecimento da realidade.
Em nota enviada à nossa redação, a AAUE refere “2020 marcou o início de um período de resseção económica onde as associações foram colocadas na corda bamba da sobrevivência. Agora, o executivo decide iludir estas estruturas, colocando em causa a sua capacidade de ação e os postos de trabalho.
No passado dia 2 de março, a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto publicou, em Diário da República, a Portaria n.º 47/2021, que se traduz num ilusionismo profundo. No entender do Secretário de Estado, esta portaria estabelece medidas excecionais e temporárias de resposta à pandemia no âmbito de apoios financeiros atribuídos às associações. Num ambiente em que as estruturas associativas se encontram em processo de resolução dos seus contratos de 2020 e consequentes devoluções, o Secretário de Estado João Paulo Rebelo revela um profundo desconhecimento da realidade associativa ou uma séria vontade em querer ignorar o panorama atual. Depois de vários alertas relativos aos prejuízos e estrangulamentos financeiros, o Ministério da Educação decide virar a cara aos estudantes e aos jovens para ficar bem na fotografia.
A 47/2021 é clara e o apoio é condicionado à capacidade de autofinanciamento das Associações, revelando ser completamente inadequada ao panorama. As propostas apresentadas como medidas de exceção e apoio obrigam as estruturas a financiarem parte dos projetos propostos, colocando-os num patamar inalcançável.
Sob a incapacidade em apoiar justa e efetivamente as associações, a Associação Académica da Universidade de Évora só pode tomar uma posição, condenando o ato que não visa de forma alguma ser uma atitude de boa vontade em solucionar os prejuízos de centenas de milhares de euros e a falta de receita.
Desde março de 2020, a AAUE nunca sessou a sua atividade, garantindo sempre meios de apoio aos estudantes e à comunidade local, desenvolvendo ainda brigadas para entrega de refeições e bens a estudantes em isolamento. A AAUE, garantiu ainda a continuidade das atividades de cariz cultural, desportivo, político, formativo e acima de tudo cívico e social, assegurando também todos os postos de trabalho.
Para um melhor entendimento do panorama atual e da realidade da estrutura, a AAUE abre as suas portas ao Ministério da Educação, ao Secretário de Estado e ao Instituto Português do Desporto e Juventude, na esperança de que finalmente surjam medidas enquadradas e que correspondam efetivamente às necessidades do movimento associativo estudantil e juvenil.”