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Associação de Beneficiários do Alqueva defende medidas para garantir que água será suficiente na expansão do regadio (c/som)

Lidador

A ABPA – Associação de Beneficiários e Proprietários de Alqueva, em funcionamento desde junho de 2018, conta com representantes dos 22 blocos de rega, abrangendo 40 hectares dos 80 hectares de regadio em funcionamento.

João Cavaco Rodrigues, presidente da associação, falou à RC sobre o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, expressando a sua preocupação decorrente da expansão do regadio, no que concerne à garantia de abastecimento a todos os regantes.

O dirigente evidencia que a conversão que está a ser feita “das terras de sequeiro para terras de regadio”, representa um grande investimento e um “forte endividamento” para os proprietários, pelo que urge defender os seus interesses junto das entidades competentes, nomeadamente a EDIA (Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva) e a DGAR (Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural).

A empresa pretende desenvolver “um regulamento atual e moderno que permita fazer o melhor uso da água, combatendo o desperdício, com um plano de contenção em caso de escassez por seca prolongada” assegurando “equidade” na distribuição da água por todos os beneficiários.

Surge ainda como preocupação da APBA, problemas associados à fauna e flora sentidos nos períodos de maior calor, que resultam no desenvolvimento de micro-organismos que causam constrangimentos nomeadamente ao funcionamento das condutas.

A associação tem verificado com satisfação o estado de conservação do sistema de rega, contudo, aponta outros problemas nomeadamente a nível do fornecimento de energia e das telecomunicações, aponta, afirmando que sua “missão é tudo fazer para que as entidades responsáveis tomem as medidas necessárias”.

João cavaco Rodrigues destaca à RC que “as maiores preocupações têm a ver com as alterações climáticas” e a “grande adesão ao regadio” que no futuro imporá “dificuldades em conseguir garantir que a água vai sempre existir”.

Neste sentido, aponta a necessidade de se começar a trabalhar em medidas e soluções que garantam que a água seja suficiente para a procura, e que chegue ao maior número de beneficiários.

“Há tanta coisa a depender deste grande projeto que ele não pode correr mal”

Entre os aspetos que dependem do sucesso do empreendimento, o dirigente aponta o desenvolvimento regional, a criação de postos de trabalho, a melhoria de acessibilidades, assim como o “o aeroporto de Beja que seguramente irá funcionar um dia quando este projeto assim o exigir”.

Atualmente o Lago do Alqueva encontra-se a cerca de 80% da sua capacidade, pelo que “este ano seguramente não vamos ter quaisquer tipos de problemas”, aponta, contudo, “se fizermos as contas”, quando todo os 120 mil hecatres de regadio previstos estiverem em funcionamento, “a água não é muito folgada”.

Confiante no trabalho da EDIA, acredita que a empresa encontrará soluções para “aumentar as reservas de água, através dos reservatórios existentes ou criando novos reservatórios”. Esta é a solução que considerando que com o clima seco e “chuvas concentradas, só há uma forma, aumentar o reservatório para apanhar essas águas quando caem dos céus”.

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