O Alentejo é por excelência uma das regiões de referência no setor da viticultura e esta altura do ano fica marcada pelas vindimas, que se realizam um pouco por toda a região.
A época das vindimas é vivida com intensidade, ao ritmo do campo e das adegas. Com um sorriso no rosto e em ambiente de festa, quem se dedica a esta tarefa, fá-lo com gosto, imbuído do espírito de quem gosta de assistir ao nascer de novos vinhos.
Francisco Mateus, Presidente da Comissão Vitivinícola da região Alentejana (CVRA), em entrevista à Rádio campanário, fala-nos sobre a campanha deste ano de 2024.
O responsável começa por referir-nos “a vindima deste ano tem corrido de uma forma muito pacata ainda assim as condições climatéricas que se têm verificado têm retardado um pouco a maturação”.
Ainda assim “esperam-se vinhos de muita qualidade”. Francisco Mateus sublinha que, como diz o provérbio popular “até ao lavar das cestas é vindima e por isso aguardamos o seu final com expetativa.”
Segundo a CVRA, “das trocas de impressões que a Comissão têm tido com produtores indicam que vai haver uma quebra na produção do Alentejo em cerca de 10%, uma previsão que já era conhecida desde o início da campanha.”
Apesar das previsões, o responsável explica “veremos o que vai acontecer porque temos tido produtores que relatam teres mais produção do que o ano passado.”
Certo é que “em termos qualitativos não vemos qualquer ameaça à qualidade que o Alentejo oferece, em termos quantitativos é expetável menos produção.”
Recorde-se que, em 2022, a região vitivinícola alentejana colheu cerca de 150 mil toneladas de uva, que resultaram em mais de 107 milhões de litros de vinho produzido. Já em 2023, verificou-se um crescimento para valores entre os 112 e os 118 milhões de litros de vinho.
Apesar da quebra de produção esperada, a qualidade vai manter-se intata, sinal positivo para que os vinhos do Alentejo continuem a ser uma referência no mercado nacional e internacional.