Na segunda-feira, em Beja, avança o debate instrutório relativo a um caso envolvendo 52 arguidos, acusados de pertencerem a uma associação criminosa, tráfico de seres humanos e lavagem de dinheiro. Este caso ganhou contornos após a identificação de 457 indivíduos a viver em condições extremamente precárias, em novembro de 2022.
O processo, que inclui 41 indivíduos e 10 empresas, esteve em tramitação no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa durante quase dois anos, antes de ser movido para o Tribunal de Competência Genérica de Cuba.
Face às restrições de espaço, a sessão decorreu no antigo Governo Civil de Beja. As equipas de defesa dos arguidos têm expressado descontentamento com o modo como a juíza tem gerido o caso, criticando particularmente a recusa em aceitar provas e em ouvir testemunhas, o que põe em causa os direitos de defesa. Espera-se que a decisão seja proferida até 26 de março, para evitar a libertação dos indivíduos atualmente sob custódia preventiva.
A investigação policial que trouxe este caso à luz conduziu à detenção de suspeitos de diversas nacionalidades e ao desvendamento de transferências de grandes somas de dinheiro para entidades fictícias, desmascarando uma organização que, em cinco anos, movimentou mais de 7,7 milhões de euros, sem fazer os devidos pagamentos fiscais ou contribuições sociais.