O presidente do Município de Marvão, Luís Vitorino, e o alcalde de Valencia de Alcántara, Alberto Piris Guapo, manifestaram o seu desagrado com a decisão tomada pelo Ministério da Administração Interna (MAI), relativa à alteração dos horários de passagem na fronteira de Galegos – Porto Roque.
Recorde-se que desde a passada segunda-feira, dia 15 de fevereiro, a fronteira terrestre de Galegos – Porto Roque deixou de ser passagem permanente autorizada, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para ser um ponto de passagem autorizada, nos dias úteis entre as 6h00 e as 20h00, encerrando aos fins-de-semana.
Esta decisão tomada por parte do MAI, “prejudica, substancialmente, a vida de todos os trabalhadores transfronteiriços, alguns dos quais a desempenhar um papel de primeira linha no domínio da saúde e que, agora, estão impedidos de atravessar esta fronteira, entre as 20h00 e as 6h00, durante a semana, e ao longo de todo o fim-de-semana,” afirma a autarquia de Marvão.
Como exemplo desta alteração, “o pessoal de saúde que reside em Espanha e trabalha em Portalegre, a 39 km de Valencia de Alcántara, agora tem de percorrer cerca de 160 km, para atravessar a fronteira do Caia – Elvas,” frisa.
Para além do problema dos trabalhadores transfronteiriços, esta alteração afeta o tecido económico do território, bem como as empresas que trabalham nos dois lados da fronteira, assim como toda a cooperação transfronteiriça, já diminuída pela pandemia, bem como as deslocações das pessoas com familiares idosos em ambos os lados da raia.
Face ao exposto, os concelhos de Marvão e Valencia de Alcántara lamentaram esta medida decretada pelo governo português, pelas enormes limitações que causa aos cidadãos, empresas e trabalhadores da raia.
Por fim, os autarcas dos dois concelhos, conscientes da difícil situação que Portugal e Espanha atravessam e, sabendo do elevado número de pessoas afetadas pela COVID-19, lamentam a decisão tomada e solicitam a abertura da fronteira de Galegos – Porto Roque, 24 horas por dia, como acontecia anteriormente, de forma a não prejudicar, ainda mais, a economia e as relações transfronteiriças.