Os autarcas dos territórios fronteiriços enviaram esta terça-feira uma carta conjunta a exigir à tutela uma reunião urgente com Eduardo Cabrita, após ter “ficado sem resposta” o apelo feito ao MAI para que o fecho das fronteiras fosse revisto.
Após se terem reunido no passado dia 2 de fevereiro e manifestado o seu descontentamento ao MAI, os autarcas dos territórios fronteiriços de Norte a Sul decidiram agora enviar uma carta aEduardo Cabrita em que assinalam a sua discordância e solicitam uma reunião de carácter urgente.
Foi realizada uma reunião conjunta, onde estiveram presentes os municípios de Melgaço, Vila Nova de Cerveira, Ponte da Barca, Montalegre, Vinhais, Bragança, Vimioso, Mirando do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta, Figueira de Castelo Rodrigo, Almeida, Sabugal, Idanha-a-Nova, Arronches, Elvas, Barrancos, Castro Marim, Vila Real de Santo António e ainda o secretário do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT). Depois desta reunião outros autarcas quiseram ainda associar-se à iniciativa, como os municípios de Caminha, Valença, Monção, Arcos de Valdevez, Terras de Bouro, Castelo Branco, Marvão, Mourão, Moura e Serpa.
Na carta de protesto, os autarcas advertem que os territórios de fronteira, quer do lado português quer do espanhol, estão em confinamento no seguimento das medidas tomadas pelas respetivas autoridades nacionais e/ou regionais, o que significa que a economia transfronteiriça está reduzida ao mínimo, com o encerramento do comércio e restauração.
“O movimento de fronteira está, há pelo menos dois meses, limitado ao estritamente necessário”, lembram os signatários, salientando que a situação de saúde pública se circunscreve “a cada uma das comunidades locais e é aí que têm de ser introduzidas as medidas necessárias” para travar a propagação de surtos. Nesta mersma carta, os autarcas referem ainda que os municípios têm sido “atores principais na intervenção urgente e permanente, preventiva e paliativa”, desde o surgimento da pandemia, concluindo que o “encerramento de fronteiras decretado em nada contribui para a resolução da situação de saúde”, além de acarretar “enormes constrangimentos à economia das empresas que ainda continuam a trabalhar”, conforme notícia avançada pelo Expresso
“O encerramento de fronteiras agrava substancialmente a vida de todos os trabalhadores transfronteiriços, alguns dos quais dedicados a desempenhos de primeira linha na área da saúde”, concluem, reivindicando por isso que a medida seja reconsiderada no mais curto espago de tempo possível, “de forma a que seja reposta a normalidade nas nossas fronteiras ou, na impossibilidade de tal, que em cada um dos municípios seja assegurada uma passagem permanente”.
Os municípios reafirmam o seu total empenho em colaborar com a tutela na busca de soluções e exigem ser ouvidos, “pelo que solicitamos o agendamento de uma reunião urgente com o senhor. ministro”, refere a nota conjunta dos autarcas transfronteiriços.