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Aves são aliadas dos viticultores no controlo de pragas, revela investigador da UÉ

Um estudo da Universidade de Évora (UÉ) demonstra que as características das vinhas influenciam o potencial das aves como aliadas no controlo de pragas.

As aves são consideradas como “essenciais” para “facilitar uma agricultura mais biológica e com menor uso de químicos”. O resultado final? “são melhores vinhos” aliados à “proteção da natureza” evidencia Rui Lourenço, investigador do LabOr-MED e primeiro autor do artigo publicado na revista Ecological Indicators.

Um grupo de investigadores do Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED) e do Departamento de Biologia da UÉ envolvidos neste estudo apontam que as “vinhas de pequena dimensão rodeadas por paisagens heterogéneas estão potencialmente mais protegidas de pragas de insetos”, isto porque estas promovem uma maior diversidade funcional de aves. São o cartaxo-comum, a cotovia-comum, a cotovia-escura, a felosa-poliglota, o rouxinol-do-mato, a toutinegra-de-cabela-preta, ou ainda a poupa, as aves insetívoras comuns nas vinhas que apresentam maior potencial de controlo de pragas.

O investigador recorda que estas aves alimentam-se de lagartas, traças, escaravelhos, cigarrinhas e outros invertebrados, combatendo de forma natural as pragas nas vinhas e os resultados agora divulgados “permitem aos vitivinicultores definir boas práticas, beneficiando os produtores mas também a biodiversidade” destacam.

“A heterogeneidade da paisagem junto às vinhas pode ser alcançada através da conservação de habitats ripícolas, sebes naturais, árvores, muros de pedra e edifícios rurais, e esta complexidade estrutural beneficia as comunidades de aves fornecendo alimento, abrigo e locais de nidificação” frisa o investigador.

O doutorado em Biologia pela Universidade de Évora, frisa que, “as aves têm um grande potencial no controlo de pragas porque muitas espécies são insetívoras, têm várias funções (por ex. variedade de habitats de alimentação e comportamentos), e são comuns na maioria dos habitats” destacando que, “existem provas que as aves desempenham o serviço de biocontrolo em vinhas e noutras culturas”.

É inequívoco o valor que o vinho e a vinha têm para o nosso país, “e são muito relevantes para a economia regional em muitos países e as aves podem ser importantes aliadas da chamada “vinecologia”, realça o investigador da UÉ, integrando as práticas ecológicas na viticultura “que vão de encontro à procura crescente por parte de consumidores de vinhos de qualidade e promotores da sustentabilidade ambiental” conclui Rui Lourenço.

O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto “Novas ferramentas para a monitorização e avaliação de serviços de ecossistemas em sistemas de produção tradicionais do Alentejo sujeitos a intensificação”, financiado pelo programa Alentejo 2020.

 

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