O Município de Marvão promove, dia 19 de março (sábado), a partir das 11h00, no Museu Municipal, a inauguração da Exposição Temporária “Baionetas históricas de todo o Mundo”, com a presença do presidente da Associação Portuguesa de Museus (APOM), Dr. João Neto.
Esta é uma pequena amostra da grande coleção privada de baionetas do Brigadeiro-General João Miguel Figueiredo, que também ele, descendente de uma família de militares, muito cedo se começou a interessar pela história e variantes destas armas, constituindo uma longa coleção.
Nos próximos três meses, alguns desses exemplares vão ser exibidos no Museu Municipal, junto às armas da última guarnição militar de Marvão.
A história da baioneta
A baioneta passou a fazer parte integrante do equipamento bélico de Infantaria a partir dos finais do século XVI. Numa primeira fase, tratava-se de uma faca com punho afiado que era introduzido diretamente no cano da arma. A esse ato chamava-se “calar a baioneta”, ficando, por isso, a arma de fogo impedida de funcionar.
Mais tarde, as baionetas passaram a ser montadas ao lado, ou por baixo do cano da arma de fogo, permitindo a utilização mútua da projeção da bala e, se necessário, a utilização imediata da espingarda com baioneta, na luta corpo a corpo.
Nos séculos XVIII e XIX, a disputa entre países em guerra levou ao aperfeiçoamento das baionetas, considerando-se que, quanto maior fosse o comprimento da arma “calada” com baioneta, maior eficiência teria o soldado que a empunhasse. É nessa altura que aparecem os denominados sabre-baioneta, alguns com mais de 70 cm, atingindo a arma de fogo quando equipada com baioneta, comprimentos superiores a dois metros.
Nos finais do século XIX, começaram-se a desenvolver estudos estatísticos dos tipos de ferimentos em campo de batalha e constatou-se que apenas 2% dos ferimentos eram provocados por baionetas. Face a essa constatação, a baioneta diminui de tamanho, mantendo naturalmente a sua função como arma na luta corpo a corpo, mas utilizada igualmente como arma de mão, serra e instrumento multiusos.
O maior aperfeiçoamento das baionetas ocorre na sequência do desenvolvimento, nas décadas de 60 a 80, do século XX, das armas Ak-47 e Ak-74, criadas por Kalashnikov, em que para além de possuírem serra e duplo gume na extremidade, quando acopladas à bainha funcionavam como corta-arame. As mais recentes já possuem também isolamento para corte de cercas eletrificadas.
Tradicionalmente, diz-se que a palavra baioneta tem origem na cidade francesa de Bayonne, em que num dos assédios que a sua população sofreu e, perante o esgotar das munições e na iminência de uma carga dos inimigos, resolveram colocar nas extremidades das suas armas de fogo, as facas de mão que tinham e assim conseguiram sobreviver à carga de cavalaria.
Fonte: Nota de Imprensa