A Barragem da Vigia não está incluída nas albufeiras propostas pela Agencia Portuguesa do Ambiente (APA) na sua Administração das Regiões Hidrográficas (ARH) do Alentejo para integrar o programa de limpeza de barragens que o Governo executará até Junho deste ano.
André Matoso, Administrador Regional da ARH do Alentejo, adiantou à RC que as albufeiras do Roxo em Ervidel, no concelho de Aljustrel, Pego do Altar no concelho de Alcácer do Sal e Monte da Rocha no concelho de Ourique são as barragens que a entidade propôs ao Ministério do Ambiente, aquando da solicitação de um trabalho sobre as infraestruturas passiveis de limpeza.
A limpeza de barragens, que no total se prevê a limpeza de 10, “é uma iniciativa do Ministério do Ambiente que pretende aproveitar a situação em que algumas albufeiras estão com níveis muito baixo de armazenamento para proceder a uma operação de retirada de sedimentos”, esclareceu.
De acordo com o especialista em Planeamento, Gestão e Monitorização de Recursos Hídricos, a acumulação de sedimentos “é um processo natural” que decorre, em muitos casos, ao longo de décadas “retirando a capacidade de armazenamento das albufeiras”, e a sua deslocação para terrenos agrícolas “pode aumentar a fertilidade do solo”.
Questionado se haveria a mesma possibilidade de tomar esta ação em mais barragens, André Matoso refere que foram consideradas as albufeiras com “maior zona ao descoberto e uma maior facilidade de colocação de máquinas (tendo em conta fatores morfológicos do terreno)”, dos quais a Barragem da Vigia, no concelho de Redondo, “tem áreas a descoberto, mas são muito inclinadas”.
“Pontualmente poder-se-ia pensar no caso, mas como não se pode fazer tudo de uma vez só, há que encontrar prioridades”, referiu o responsável, sublinhando que “não significa que fiquem abandonadas completamente outras possibilidades em que se venha a revelar possível tecnicamente”.
Quando sondado pelos números do investimento, André Matoso afirma que “neste momento é prematuro avançar com valores”, indicando que se estima retirar os volumes de 730 mil toneladas da albufeira do Pego do Altar, 30 mil toneladas do Monte da Rocha, enquanto o caso da Barragem do Roxo “de momento, não tem um valor fixo”.
Questionado sobre se as operações de limpeza poderão afetar o consumo púbico e agrícola, André Matoso afirma que “não se perspetiva isso”, frisando que “os trabalhos terão que ser feito em zonas fora de água e com os cuidados que necessariamente terão que existir para não comprometer o abastecimento”.