Três cidadãos paquistaneses, com idades entre os 34 e os 65 anos, e duas empresas por si controladas, vão começar a ser julgados hoje no Tribunal de Beja, acusados dos crimes de associação de auxílio à imigração ilegal, angariação de mão-de-obra ilegal e auxílio à imigração ilegal.
Os arguidos são asiáticos e este é mais um caso de exploração de mão de obra barata nas explorações da região de Beja .
De acordo com a notícia avançada pelo Lidador Notícias, segundo o despacho de acusação do Ministério Público (MP) Mahmood Tahir, Muhammad Ajmal e Mohammad Khaqan, apoiados nas empresas unipessoais Tahir Mahmood e Etapa Corajosa, “estabeleceram uma rede de contatos que fez circular cidadãos de nacionalidade paquistanesa, indiana e nepalesa em situação irregular em território português, com a oferta de trabalho agrícola em explorações da região de Beja”.
O esquema, conforme consta no referido despacho, é composto por promessas verbais de 8 horas de trabalho, com um vencimento de 30/32 euros dia, com contrato de trabalho e descontos para a segurança social”, mas a realidade depois é bem diferente, acabando por ser explorados pelos patrões. Antes de começaram a trabalhar são logo descontadas verbas para pagar rendas de casa, sendo depois amontoados em habitações com 30/40 pessoas e muitas vezes sem camas, sem eletricidade e sem água quente.
Dos cinco trabalhadores, quatro paquistaneses e um indiano, identificados pelos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que estavam a ser alvo da exploração, encontravam-se todos em situação ilegal em Portugal.
Desconhece-se se o arguido vai estar presente no julgamento uma vez que se encontrava, no momento em que foi deduzida a acusação, em parte incerta.
Fonte: Lidador Notícias