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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Beja entre os pontos de recolha de alimentos sem glúten para celíacos que serão enviados para a Ucrânia

Uma jovem de 19 anos lançou uma campanha de recolha de alimentos sem glúten para pessoas celíacas (doença autoimune causada pela intolerância ao glúten) afetadas pela guerra na Ucrânia, tendo já pontos de recolha em vários locais do país.

Natural do Porto, Margarida Abreu, a estudar na Faculdade de Lugo da Universidade de Santiago de Compostela, em Espanha, colocou em marcha a campanha “Ucrânia – Sem Glúten” na segunda-feira com o objetivo de, nas próximas duas a três semanas, conseguir encher “pelo menos” um camião de alimentos sem glúten para “suprir as necessidades imediatas” de pessoas celíacas ucranianas que estão a fugir do país por força da invasão russa.

Os alimentos recolhidos vão, posteriormente, ser encaminhados para as associações de celíacos da Polónia e da Ucrânia que, depois, farão a sua distribuição, contou à Lusa.

Até ao momento, existem pontos de recolha por todo o país, nomeadamente no Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia, Póvoa de Varzim, Espinho, Braga, Ovar, São João da Madeira, Beja, Almada, Moita, Leiria e São Domingos de Rana.

Margarida Abreu, que é celíaca, motivo que espoletou a criação desta campanha, sublinhou que o objetivo é recolher apenas bens alimentares para celíacos e alérgicos e não outro tipo de bens, nomeadamente roupa ou calçado.

Antes de serem enviados para a Polónia e Ucrânia, os produtos – massas secas e farinhas sem glúten, azeite, frutos secos, sal, sardinhas, atum, ervilhas, feijão e grão-de-bico em lata ou leite sem lactose – vão ser triados para evitar perigos de contaminação.

“Seria muito importante enviar um camião em duas a três semanas no máximo”, referiu Margarida Abreu.

Depois de mandar esse primeiro camião, a campanha prossegue porque é muito importante os celíacos comerem alimentos adequados, comentou.

Agora, contou Margarida Abreu, estão a ser desenvolvidos contactos com empresas locais para estabelecer parcerias, sendo o objetivo encontrar quem tencione disponibilizar transporte, armazém para guardar os produtos e caixas de cartão.

“Esta foi a forma que encontrámos para ajudar aqueles que têm necessidades especiais e que, neste momento, mais precisam”, disse.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

C/Lusa

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