A 15ª edição da BIME – Bienal Internacional de Marionetas de Évora vai ter lugar de 1 a 6 de Junho, em Évora, com uma programação distinta do habitual.
Pela primeira vez desde a sua estreia, em 1987, a Bienal acolhe um encontro dedicado exclusivamente à marioneta portuguesa. Aos tradicionais anfitriões deste evento, os Bonecos de Santo Aleixo, vão juntar-se marionetas de 21 companhias nacionais para protagonizar as 78 sessões programadas para esta edição.
“Esta é uma Bienal ‘de pernas para o ar’, porque também o mundo está assim”, refere José Russo, director do Centro Dramático de Évora (CENDREV), a entidade organizadora da BIME. em nota de imprensa enviada à nossa redação sublinhando ainda que “Achámos que esta Bienal podia ser a oportunidade para valorizarmos o universo português da marioneta.
A mesma nota refere ainda começámos a palmilhar o país e fomos desafiando gente que trabalha nesta área.” A semana da BIME gera, por natureza, “uma envolvência da cidade com os bonecos, que este ano terá de acontecer de outra maneira”, salienta o director do CENDREV.
Os habitantes de Évora e outros de passagem não vão poder contar com os habituais espectáculos de rua, que juntavam fãs e curiosos, de todas as gerações, para verem esta arte bonecreira. Ao invés, os espectadores vão poder encontrar-se, de forma segura, em 12 espaços alternativos na cidade – desde os antigos Armazéns da Palmeira, passando pela Igreja de São Vicente, até ao Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo – para assistirem ao teatro de marionetas.
Ainda assim, haverão três espectáculos itinerantes, que irão percorrer diariamente a calçada eborense, mas sem as habituais paragens, para animar as ruas. À medida que a primeira semana de Junho se aproxima, Évora vai-se preparando para a chegada dos bonecos portugueses e o Teatro Garcia de Resende não é excepção.
Depois de concluídas as obras de remodelação do edifício histórico do século XIX, que tiveram início em Maio de 2020, o Teatro Garcia de Resende abre portas para receber três dos espectáculos da programação da BIME 2021. José Russo acrescenta que, para se conseguir “tocar mais gente com o espírito da Bienal”, a organização do festival desafiou o Museu da Marioneta, sediado no Convento das Bernardas, em Lisboa, a instalar marionetas do seu espólio num conjunto de montras nas principais ruas do Centro Histórico de Évora como “forma de ocupar a cidade com a Bienal”. Também uma exposição de retratos dos Bonecos de Santo de Aleixo, da autoria do fotógrafo Paulo Nuno Silva, vai contribuir para destacar a presença da BIME no espaço público da cidade. Nesta BIME pensada para um mundo virado do avesso, os bilhetes são gratuitos, mas a reserva é obrigatória.
A lotação de todos os espaços foi limitada de acordo com as orientações da Direcção Geral de Saúde.