A situação de seca vivida um pouco por todo o território também se faz sentir no concelho de Vila Viçosa, embora a situação não seja alarmante e estando estabilizada, a Câmara Municipal de Vila Viçosa tenta encontrar soluções para fazer face a um possível agravamento.
Nesse sentido, e segundo nos refere Manuel Condenado, autarca Calipolense, “foi endereçada uma proposta aos dirigentes dos bombeiros”, de maneira a que “se pudesse utilizar a água de um furo localizado no quartel dos bombeiros”.
A resposta a essa proposta, segundo o edil, “foi negativa, o que lamentamos”. Manuel Condenado explica então que “a situação do abastecimento de água, que não sendo grave pode complicar-se nas próximas semanas”, justificada com “a falta de reposição dos níveis freáticos e a falta de chuva” que afetou todo o concelho de Vila Viçosa.
Para o presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, esta proposta visava “acautelar o futuro”, ligando o furo dos bombeiros na rede pública”.
“Pretendemos acautelar o futuro, ligando o furo dos bombeiros na rede pública, no entanto a direção dos bombeiros não foi favorável”
Manuel Condenado
A Rádio Campanário questionou o autarca sobre quais os próximos passos que a autarquia irá encetar com vista a uma eventual situação de falta de água. O edil refere então que “na última reunião de câmara o executivo deliberou solicitar um parecer jurídico junto da CCDRA, no sentido de saber se é possível em caso de necessidade a câmara deliberar a utilidade pública do furo, e dessa forma podermos utilizar a água”
“Vamos ver se em caso de necessidade podemos deliberar a utilidade pública do furo”
Manuel Condenado
Manuel Condenado volta a referir que “é uma questão de prevenir o futuro, não existe nenhum alarmismo, a situação está normalizada”, no entanto “sabendo que o verão vai ser prolongado, que os níveis freáticos estão baixos, alguns furos estiveram em rutura nos últimos dois anos, estamos a prevenir no sentido de termos mais um recurso em caso de necessidade”.
O autarca lembra que “o furo dos bombeiros já foi utilizado, transportando água em cisternas para Bencatel”, o que o leva a considerar que “mais fácil será liga-lo diretamente na rede pública, evitando-se despesas e seria um recurso adicional”.
Manuel Condenado considera que “os bombeiros como instituição de utilidade pública deviam estar ao serviço de toda a população”, justificando assim que “a água do furo da corporação deveria estar disponível na eventualidade de ser necessário”.
A rede de abastecimento de água de Vila Viçosa, segundo o autarca “já está capacitada para levar água de Vila Viçosa para Bencatel, de Bencatel para Pardais, de Pardais para Vila Viçosa e vice-versa”, possibilitando assim “caso o furo fosse ligado na rede pública, a utilização da água por todo o concelho”.
O autarca refere ainda aos microfones da Campanário que a autarquia “continua a fazer furos”, estando neste momento “agendados 5 furos para execução”, possibilitando assim “um aumento da capacidade e poder de resposta do sistema em caso de necessidade”.
No ano de 2017, a autarquia calipolense gastos “largas dezenas de milhares de euros”, no pagamento “do transporte feito pelos bombeiros, que acabou por minimizar a falta de água em Bencatel”, apontando Manuel Condenado “a ligação do furo dos bombeiros na rede pública” como uma solução mais eficaz e económica.
A RC questionou Manuel Condenado sobre quais as contrapartidas que a corporação iria receber, ao que o autarca refere “a Câmara propunha-se a construir um edifico nos bombeiros, avaliado em cerca de 40 mil euros já com projeto aprovado e que iria servir a corporação, estava acautelado o fornecimento de água para a concessão que os bombeiros têm com a empresa de lavagem de viaturas, estava acautelado o uso prioritário da água do furo para o combate aos incêndios e a Câmara disponibilizava a água de outros furos, que não podem ser utilizados para consumo público, mas que podem ser utilizados para o combate aos incêndios”.
“A população ficou prejudicada com essa decisão”
Manuel Condenado
O autarca refere que “da nossa parte estavam garantidos todos os pressupostos necessários para que os bombeiros pudessem dar resposta ás suas necessidades, no entanto a direção dos bombeiros é soberana e decidiu não aceitar, o que lamentamos”.