O eurodeputado Nuno Melo, eleito pelo CDS/PP, no seu comentário desta quinta-feira, 27 de Abril, começou por falar sobre as notícias que indicam que os funcionários públicos poderão vira receber percentagem junto do vencimento caso consigam poupanças, dizendo que “parece-me uma subversão absoluta daquilo que, do plano dos princípios, deve ser o serviço público”.
Segundo o Comentador da Rádio Campanário, o funcionário público deve “por definição ser criteriosa, deve servir com rigor, não desperdiçar recursos que são escassos”, e esta proposta a ter lugar, por parte do Estado, é “igual a dizer seja competente porque se for competente vai ter um aumento salarial”.
E em locais onde é necessário um determinado nível de despesa para que os serviços funcionem, os funcionários podem “na espectativa de terem um benefício pessoal, poupar com o prejuízo daquilo que é o serviço da própria comunidade”, mencionou o eurodeputado e acrescenta ainda que “quer no plano dos princípios pode ser errada a medida, quer no plano dos resultados pode ter efeitos perversos”.
Em torno das reavaliações do IMI, que segundo as manchetes dos jornais atrasaram 5 mil liquidações, o eurodeputado refere que um particular ao pedir a reavaliação do seu imóvel quer que o valor seja revisto e “se assim é, não me choca que o pagamento aconteça quando se acertar num valor”.
Nuno Melo menciona ainda que “o que está em causa não é o não pagar, será, pagar o que seja certo”.
No final do seu comentário, Nuno Melo fez uma abordagem às celebrações e aos discursos que marcaram o 25 de Abril, mencionando as datas de “25 de Abril de 1974 e 25 de Novembro de 1975”.
O eurodeputado referiu que há quem celebre com “nostalgia os acontecimentos entre 25 de Abril de 1974 e 25 de Novembro de 1975”, indicando que “são aqueles que se tivessem vencido teriam instaurado em Portugal um regime de partido único do tipo soviético, e esses têm saudades do pré”.
E segundo o Comentado há quem fique “feliz porque em 25 de Novembro de 1975 se celebrou Abril, através da consagração de uma democracia em Portugal”.
Ainda assim, “percebe-se muito bem” aqueles que “gritam Abril e liberdade (…) mas calam e não censuram o que se passa na Venezuela”, onde “por causa de uma perfeita loucura ideológica não há pão nas padarias”.
A terminar o seu comentário, em abordagem aos discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, começou por dizer “quando se tenta agradar a todos fica quase sempre um suficiente”.
“Foi um discurso de 25 de Abril, que é sempre difícil num Parlamento que é feito por tantas diferenças e onde se quer ter uma posição consensual”, referiu o eurodeputado e acrescenta que, “daria uma nota altíssima por essa tentativa de consenso (…) quanto ao conteúdo necessariamente a nota seria mais baixa, porque não se pode agradar a todos”.