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Borba: Aldina Gaspar apresenta o livro “ Alentejo Adentro” na Oficina do Idoso da Santa Casa da Misericórdia (c/som e fotos)

A Oficina do Idoso da Santa Casa da Misericórdia de Borba assinalou o Dia Mundial do Livro, na passada quarta-feira, 27 de abril, com a apresentação da obra de poesia “ Alentejo Adentro” da autoria de Aldina Gaspar.

Nesta sessão a escritora recitou alguns dos poemas patentes no seu mais recente trabalho e convidou a assistência a musicar letras compostas pela autora.

Aldina de Jesus Cortes Gaspar, 70 anos, é natural de Santo Aleixo, no concelho de Monforte, foi professora do Ensino 1º ciclo do Básico tendo também passado pelo Ensino de Adultos e pelo Ensino Especial.Por diversas vezes colaborou com o Semanário Notícias de Elvas, editou a publicação de um pequeno livro infantil Histórias Encantadas, e participou na publicação da coletânea Dizeres, Saberes e Sabores. A autora de cinco livros e membrodo “Banco de Letristas de Fados Inéditos” da Mouraria – Lisboa ,compôs  letras inéditas para o Grupo de Música Popular Portuguesa “Canto Régio” de S. Pedro do Corval , em Reguengos de Monsaraz,  bem como para o Grupo Seara Jovem , de Portalegre.

A Rádio Campanário acompanhou este evento e esteve à conversa com a coordenadora técnica da Santa Casa da Misericórdia de Borba, Manuela Lagoa, que nos falou sobre a programação desta iniciativa afirmando que “ o convite dirigido à escritora surgiu no âmbito das comemorações do Dia Mundial Livro sabiamos que era uma escolha que agradava aos nossos utentes visto que não é a primeira vez que a  poetiza apresenta um livro neste espaço e por esse motivo decidimos que seria interessante receber este lançamento”. Acrescentando que “ normalmente a escritora lê alguns poemas e interpreta-os de forma dramática dando um cariz lúdico a esta atividade”.

Questionada relativamente aos hábitos de leitura dos utentes, Manuela Lagoa, assegura que” têm manifestado sempre muita curiosidade literária de tal modo que estamos neste momento a conceber uma biblioteca para fomentar e acompanhar esse espiríto”.

Numa grande entrevista, Aldina Gaspar, relata o seu percurso pessoal e literário confidenciando-nos que “ a paixão pela poesia mora em mim desde muito jovem, sempre fui uma apaixonada de Florbela Espanca penso que o devo aos meus professores que sempre me fomentaram este gosto e incentivaram-me a perserguir este sonho que julguei nunca vir a concretizar”. Acrescentando que “ foi quando me aposentei que começei a publicar todos os escritos que há anos que estavam guardados numa gaveta”.

A escritora foi desafiada pelo executivo do município de Monforte a escrever um livro referente à história de Santo Aleixo e foi depois de uma longa pesquisa empirica e cientifíca que , em 2010, publicou a obra “Memórias de Santo Aleixo “, a que se seguiu o lançamento de uma colectânea de sonetos intitulada “Pântanos”. Num estilo poético mais solto e livre apresenta ,em 2013, a obra “Pedaços” e mais recentemente homenageia sua região e as suas gentes com o livro “Alentejo Adentro”.

A esta Estação Emissora , Aldina Gaspar,revelou que redigiu este livro com a intenção de deixar um legado para as gerações vindouras assegurando que “ este foi um trabalho desenvolvido em conjunto que integra pinturas do artista, José Bravo Rosa, fotografias tiradas por Silvia Messias e que é composto por um prefácio magnifico da autoria do calipolense João Tavares”.

Segundo a autora “ a minha intenção foi explorar o Alentejo fisíco e as gentes deste território, para tal foquei-me nos costumes, nas tradições, nas paisagens, nos silêncios,nas profissões, na primavera,no guadiana,nos namoricos da época, nos ciganos e na luz porque estamos a falar de uma terra que é digna de uma beleza impar no mundo”.

Salientando que “ quando me lançei na escrita admitido que foi com uma certa tristeza porque quereria saber mais do que me rodeava e nessa altura não tinha informação que correspondesse à minha curiosidade e foi isso que me motivo a elaborar esta obra que se pronuncia sobre profissões típicas quase extintas, sobre rituais como a casamenteira que retratam um período em que a mulher só saía à rua acompanhada ,em que o matrimónio era um arranjo entre as familias do noivo e da noiva. No seu ponto de vista”  é importante que as gerações mais jovens sejam conhecedoras dos seus antepassados para que toda a nossa história não seja esquecida”.

Instada a recitar um dos seus poemas a escritora interpreta “ Pastor” recordando que “ ao longo destas estrofres tentei descrever um dia de labor destes trabalhores”.

Incitada a adiantar-nos sobre a sua próxima publicação, Aldina Gaspar, adianta que “ gostaria de editar um livro de histórias infantis, portanto, de momento estou a dedicar-me a este projeto”.

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