A 32ª Edição da Festa da Vinha e do Vinho em Borba foi esta quarta-feira inaugurada.
Trata-se de um dos maiores certames do Alentejo, onde o objetivo principal é promover o vinho, um dos setores mais importantes na economia do concelho.
Borba é um dos concelhos com maior representatividade na área de produção de vinho e este foi um dos factores mais realçado nas intervenções da sessão solene de abertura da Festa da Vinha e do Vinho deste ano.
Organizada pelo Município de Borba,a iniciativa conta com a parceria da ATEVA, Entidade regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e da Comissão Vitivinícola da Região Alentejana (CVRA).
A Rádio Campanário marcou presença na sessão solene de abertura do certame e falou com Francisco Mateus, Presidente da CVRA, sobre a importância estratégica deste evento para a promoção dos vinhos do Alentejo.
O Presidente da Comissão Vitivinícola começou por nos adiantar que esta é uma parceria para manter explicando “faz sentido que assim seja porque Borba é um concelho muito importante em termos de produção de vinha e pelo reconhecimento que tem em Portugal” considerando ser muito positivo que o Município, com a participação da comissão e dos restantes parceiros “continuemos todos os anos a apoiar esta iniciativa mas sempre com a expetativa de conseguir fazer mais e melhor.”
Na opinião de Francisco Mateus deve ser aproveitado o crescimento da área do Turismo que se tem verificado no Alentejo “para ganharmos alguma sofisticação e conseguirmos que este evento passe a estar no roteiro do mês de novembro para o turista que vem ao Alentejo.”
Na sua intervenção, o Presidente da CVRA destacou o concelho de Borba como sendo um dos maiores produtores a nível nacional. A este propósito, sublinhou “Borba tem feito um excelente trabalho e isso vê-se nos resultados que são alcançados e acho que é inspirador para os outros”.
Francisco Mateus fez-nos ainda um breve balanço da última campanha no setor, ao nível do Alentejo e sobre esta temática, tal como referiu na sua intervenção, destacou “à escala nacional, o Alentejo é uma região grande, tem uma viticultura altamente profissionalizada, nós não ficamos atrás daquilo que se passa no melhor do mundo e temos tido sucesso na forma como produzimos uvas e como produzimos vinho.”
Ainda assim, o setor do vinho alentejano, apesar de crescer no mercado externo, não cresce no mercado nacional e isso representa uma preocupação para a Comissão Vitivinícola que considera, tal como referiu o seu Presidente, “desde 2019 que estamos com anos de altas produções mas existem diminuições no consumo” justificando-as com a Pandemia e a Guerra da Ucrânia”.
Com mais produção e menos escoamento do produto, os stocks foram-se acumulando e esse é “um desafio redobrado para todos , não só para a Comissão, pois temos que fazer o nosso melhor trabalho no sentido de colocarmos o nosso vinho no mercado e olhar muito atentamente para o que se passa na exportação pois não podemos ter 70% das nossas vendas num mercado onde há 10 milhões de habitantes.”
“Temos que pôr as malas ás costas para mercados externos e fazer valer que o Alentejo tem qualidade” contando para tal com a alavanca da sustentabilidade, temática onde o Alentejo é pioneiro, concluiu.
