A Associação Borbajovem foi a responsável pela organização dos concertos realizados na tenda de espetáculos no âmbito da edição de 2015 da Festa da Vinha e do Vinho que decorreu na cidade de Borba entre os dias 7 e 15 de novembro, tendo as receitas revertido para esta coletividade.
Uma associação que nasceu há 16 anos tendo sido criada por um grupo de jovens que fizeram um primeiro evento e que só mais tarde se veio a formar, partindo para mais e novos projetos direcionados à população mais jovem do concelho.
Em entrevista à Rádio Campanário, Luís Pécurto, presidente da Borbajovem desde fevereiro de 2014, falou sobre a associação, onde fez o balanço da vida da coletividade ao longo da sua presidência, e onde abordou a sua situação financeira e deu a conhecer alguns dos projetos futuros.
Relativamente à organização da edição deste ano dos espetáculos inseridos na Festa da Vinha e do Vinho, Luís Pécurto referiu que há algum tempo que o pretendiam fazer, “já em 2004 a Associação Borbajovem propôs ao Município de Borba a necessidade de existir um pavilhão da juventude e dinamizar a parte mais noturna do certame e este ano decidimos avançar com o projeto que foi entregue no município em parceria com os jovens finalistas da escola de Vila Viçosa”.
Luís Pécurto considera que foi muito positiva a participação da Borbajovem na Festa da Vinha e do Vinho, “foi um ato de coragem da minha parte pegar nestes jovens menores de 18 anos e sem experiencia na organização de eventos, foi difícil mas gratificante trabalhar com eles”.
O dirigente associativo lamenta no entanto que o timing dado pela Câmara Municipal de Borba à associação para a organização dos espetáculos tenha sido “tardio o que condicionou a sua preparação e trabalhou-se sob pressão a nível de tempo, mas não nos compete a nós discutir ou falar, nós tivemos um mês para preparar a festa, se tivéssemos três seria melhor”.
Luís Pécurto considera que o certame veio a sair beneficiado com a intervenção da Associação Borbajovem, dizendo, “a parte dos espetáculos é também um chamariz para as pessoas visitarem o certame e se tiver um bom nível mais pessoas irão visitar Borba, tal como aconteceu nas principais noites”.
Quando questionado sobre os espetáculos que registaram uma maior e menor afluência de público, Luís Pécurto destaca que contra as suas expetativas a pior noite foi a do espetáculo com o Quim Barreiros “com a venda de 300 bilhetes diários”, sendo a atuação de Jimmy P a que registou um maior número de público com “700 bilhetes diários” vendidos, sem contar com as pulseiras que permitiam a entrada em todos os espetáculos e que proporcionou a lotação do espaço.
“Houve uma grande coragem em agarrar um projeto em que muitos desconfiavam do nosso sucesso e estavam contra, com certeza que ficaram de pé atrás e desconfiaram das nossas potencialidades e do nosso sucesso, mas no fundo o balanço acaba por ser positivo, não pelos números monetários mas pela qualidade que proporcionamos a Borba”, acrescentando, “a receita de bilheteira foi ao encontro do investimento”.
Quando questionado sobre a situação financeira da Borbajovem, Luís Pécurto diz que tem sido ao longo destes dois últimos anos “uma luta constante, a nível de apoios foi muito fraco, não tivemos um único apoio do IPTJ por motivos fiscais, felizmente este ano conseguimos pagar todas as dívidas e multas que tínhamos anteriormente, nós nunca perdemos dinheiro numa iniciativa mas tudo se deve a todos ao patrocinadores que ao longo destes últimos anos têm apoiado a Borbajovem e que agora voltaram a apoiar”.
“A Borbajovem não tem que organizar apenas festas, nós abraçamos muitos projetos sociais e neste momento temos um protocolo com a União das Misericórdias Portuguesas onde fazemos algumas parcerias com o Centro Luís da Silva e é nessa direção que estamos a caminhar e a reunir todas as condições para promover e dinamizar atividades de cariz social”, refere.
Relativamente a novos projetos, Pécurto avança que vão avançar com uma nova iniciativa em 2016, “que abraça a população mais sénior”, apelando à juventude de Borba para que “identifiquem todos os idosos do concelho que se encontrem isolados ou que precisem de ajuda e que passa por lhes fazer companhia, ajudar no dia-a-dia, promover passeios e encontros de convívio e troca de experiencias entre idosos e jovens”.
Sem ambicionar cargos políticos, Luís Pécurto diz que não se revê no que faz por ambições políticas, “nunca o fiz nem nunca o farei, como cidadão e mediante todas as iniciativas que tenho participado e tenho proporcionado irei sempre continuar a ajudar qualquer instituição que tenha necessidade, porque me considero um viciado no mundo do associativismo”.