Andreia Códices, tem 34 anos, e é residente em Vila Viçosa. Em outubro testou positivo à COVID-19, assim como o marido e o filho. Os três tiveram sintomas e passaram dez dias em isolamento até puderem voltar a sair de casa.
Em entrevista exclusiva à RC, Andreia Códices conta agora como foi que descobriu e como foram os dias enquanto estava infetada, juntamente com a sua família.
Foi em outubro, quando a avó do marido teve sintomas e resultou positiva para a COVID-19, que Andreia, o marido e o filho foram fazer o teste que também deu positivo. Após estes resultados seguiram-se dez dias de isolamento em casa.
Quanto a sintomas explica que esteve “muito aflita do nariz, estava super entupida e não tinha cheiro, nem paladar”. Entretanto, já recuperada da COVID-19, revela: “o nariz entupido tive três/quatro dias”, mas “o cheiro e o paladar ainda não tenho”. Porém, a médica já a informou que os irá recuperar totalmente e Andreia, inclusive, afirma que nota que já consegue “sentir o paladar da comida e alguns cheiros mais ativos”. Também o marido e o filho tiveram os sintomas de “perda do cheiro e do paladar”.
Durante os dez dias que tiveram em isolamento eram acompanhados diariamente pela médica de família que os contactava e tinham de “controlar a temperatura duas vezes por dia e nunca tivemos febre, tosse ou dificuldades em respirar”.
Questionada se se sentia a recuperar da doença explica: “durante esse período onde vi melhoras foi no nariz, porque sofro de sinusite e com o passar dos dias sentia que estava a recuperar”. Refere ainda que numa fase inicial, possivelmente fruto do resultado positivo que “caiu como uma bomba”, teve “dor de cabeça e o sistema nervoso alterado”.
Enquanto estava em isolamento, cada dia era uma incógnita e “quando acordava a primeira coisa que fazia era respirar fundo para ver se tudo estava bem, porque tinha medo que de um momento para o outro pudesse piorar. Os primeiros 4/5 dias foram piores, nos restantes notava-me mais leve”.
Pessoas que testem positivo à COVID-19 não necessitam de repetir o teste após os dez dias de isolamento, porém, Andreia fê-lo a pedido da empresa empregadora, por precaução. Sobre o que sentiu quando soube que teve resultado negativo afirma ser uma “muito boa sensação”, pois sabia que “estava livre novamente, que poderia sair e fazer a minha vida normal. Tive um pouco de receio quando saí a primeira vez à rua porque não sabia qual ia ser a receção das pessoas, mas foram as melhores, não tive a sensação de se estarem a afastar de mim. Perguntavam como estava, nunca me senti excluída, nem mesmo no trabalho”.
A realização do teste à COVID-19 através de zaragatoa é, por norma, uma situação que cria alguma ansiedade e medo nas pessoas, sobre como foi realizar o teste duas vezes Andreia conta que “o ir fazer o teste foi muito mau, fui muito nervosa e com imenso medo, não sabia para o que ia, o que ia acontecer, como o teste ia ser feito. Não é fácil de fazer, é incómodo. A sensação que me deu foi uma pressão no nariz”. Contudo, revela que da segunda vez que fez o teste já não teve qualquer dificuldade ou receio.
Por fim, Andreia deixa uma mensagem a todas as pessoas: “quem quer que seja a pessoa que possa a vir estar infetada que não tenha medo de o dizer. Não temos de ter medo, muito menos vergonha de dizer que estamos com o vírus, pelo contrário, pode ajudar outras pessoas que tenham estado em contacto connosco que são alertadas. Se escondermos que estamos infetadas essas pessoas não vão saber e não se vão prevenir. Não temos de ter vergonha porque ninguém tem culpa de apanhar o vírus, infelizmente não se vê, não sabemos por onde anda, nem quem o possa ter.