A Câmara Municipal de Alandroal está a tentar sair das Águas de Lisboa e Vale do Tejo, onde foi integrada, depois do processo de reorganização das operações do Grupo Águas de Portugal, no âmbito da reestruturação do setor das águas, que prevê a obtenção de economias de escala que garantam sustentabilidade económica, social e ambiental dos serviços e assegurar maior equidade territorial e coesão social, diminuindo a disparidade tarifária resultante das especificidades dos diferentes sistemas e regiões do país, pelo que reuniu com o Secretário de Estado do Ambiente.
Questionada no atinente à reunião com o governante, no sentido de Alandroal sair do sistema das Águas do Centro Alentejo e a não integração nas Águas de Lisboa e Vale do Tejo, Mariana Chilra reafirmou que relativamente à divida, “os compromissos anteriores têm que ser honrados, nós não podemos passar por cima daquilo que está para trás e que influencia negativamente a gestão da câmara (…) e há constrangimentos todos os dias (…) relativamente às Aguas do Centro Alentejo como relativamente a todos os outros compromissos assumidos no passado, a câmara tem que as honrar (…) não nos livramos de fazer o pagamento de 3 milhões e 600 mil euros que estão de dívida às Águas do Centro Alentejo, nós estamos a pagar uma fatura mensal”.
Mariana Chilra diz que apesar de todas as dificuldades, é uma verba que está a ser paga, “porque existe e tem que ser paga como todas as outras dívidas da câmara”.
No que concerne à saída do sistema das Águas do Centro Alentejo, a presidente da Câmara de Alandroal assinala que depois da intenção de preparar o processo em tribunal para a saída do sistema das Águas do Centro Alentejo, “houve a agregação com as Águas de Lisboa e Vale do Tejo e nessa altura, na câmara e na Assembleia Municipal aprovámos por unanimidade pareceres desfavoráveis quanto à agregação, a câmara disse que não quer ficar na agregação das Águas de Lisboa e Vale do Tejo, ainda assim contra a nossa vontade e à semelhança do que aconteceu com outros municípios, porque consideramos que isto é um ataque brutal às decisões do poder local que deveria ter autonomia para decidir em que sistema quer estar, ficamos integrados nas Águas de Lisboa e Vale do Tejo e mais uma vez começamos a preparar a ação judicial para sairmos desta situação”.
“Neste momento estamos a formalizar por escrito o pedido que já fizemos ao Secretário de Estado do Ambiente que será agora dirigido ao senhor ministro a pedir autorização na sequência também das declarações que já foram prestadas tanto pelo ministro como pelo secretário de Estado para sairmos deste sistema e livremente podermos escolher um sistema, na nossa opinião, que nos ofereça mais garantia, quer quanto à água pública que nós queremos que se mantenha pública e que pode inviabilizar a privatização e também em termos de custos e de serviços à população e ao município”, destaca.
Alternativa que passa por aderir à Aguas do Centro Alentejo, “vamos pedir ao senhor ministro que nos autorize a saída do sistema das Águas de Lisboa e Vale do Tejo e nos deixe integrar o sistema das Águas Públicas do Alentejo”.
A autarca diz não saber, neste momento, como se processará o pagamento da dívida às Águas do Centro Alentejo, caso seja autorizada a saída, “se serão as Águas Públicas do Alentejo a fazer o pagamento às Águas de Lisboa e Vale do Tejo ou se mantemos aquela dívida e fazemos um acordo novo com as Águas Públicas do Alentejo”.
Mariana Chilra avança que a promessa do governante é que “durante o mês de março, será definido, definitivamente, a questão dos sistemas de água e cremos que até ao final de março, poderá haver possibilidade do senhor ministro responder ao nosso pedido”.