A Câmara de Almodôvar, no distrito de Beja, vai promover um projeto para qualificar os “saberes e sabores tradicionais” do concelho, no sentido de “potenciar a sua visibilidade” e aumentar a “competitividade” dos produtores.
O projeto “Saberes e Sabores Tradicionais – Qualificação dos Produtos Locais para os Desafios do Presente e do Futuro” é dinamizado pelo município alentejano, em parceria com diversas entidades, entre as quais a Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (AEBAL) e a Universidade de Évora.
“Este programa visa identificar os produtos que são nossos e qualificar os produtores para uma produção de maior escala, mas mantendo uma ‘traça’ original”, explicou à agência Lusa o presidente da autarquia, António Bota (PS).
Segundo o eleito, a iniciativa representa um investimento de 350 mil euros, apoiado pelo programa operacional regional Alentejo 2020, e “consiste na promoção da competitividade dos produtos de base local”, para “assegurar as suas especificidades e autenticidade”.
“É um projeto de divulgação de produtos de qualidade que temos no concelho de Almodôvar e que os nossos antepassados foram desenvolvendo e aperfeiçoando”, reforçou.
O projeto pretende igualmente “potenciar” a visibilidade e o posicionamento destes produtos “na cadeia de valor e nos mercados”, assim como “a melhoria da competitividade das pequenas e médias empresas” (PME) da região, disse.
Entre os produtos tradicionais do concelho, António Bota destacou a água-mel, a aguardente de medronho, o queijo de cabra ou o ‘bolo chibo’, “que apenas se faz em Almodôvar.
Para o eleito, estes produtos são “muito procurados e apreciados no país e até por turistas”, pelo que, “devidamente qualificados, podem ter um aumento da sua visibilidade e poderão conseguir uma maior capacitação das PME que atualmente os produzem”.
Nesse âmbito, revelou a Câmara de Almodôvar em comunicado enviado à Lusa, o projeto inclui “a realização de um mapeamento das empresas, a elaboração de referenciais de produção e comercialização dos produtos de base local selecionados”.
“Vamos fazer uma espécie de ‘caderno de encargos’ de cada produto e sobre como se faz e, a partir daí, daqui a 20 anos, os nossos filhos poderão ter acesso a um ‘cardápio’ de ensinamentos sobre esse produto e fazer igual como os nossos avós faziam”, disse António Bota.
Está igualmente prevista a “edição de um guião que servirá de base à definição de eventuais soluções e estratégias” para o “futuro posicionamento nos mercados” de cada produto e a “identificação de áreas com potencial para a inovação”.
Os trabalhos do projeto “Saberes e Sabores Tradicionais – Qualificação dos Produtos Locais para os Desafios do Presente e do Futuro” arrancam nesta quarta-feira, com uma sessão de apresentação e degustação de produtos em Almodôvar.
Seguem-se iniciativas idênticas em Beja (dia 30 de maio) e em Évora (dia 03 de junho).
C/ Lusa