A Câmara de Sousel (Portalegre) quer transformar o concelho na “capital do borrego”, desenvolvendo uma marca que torne aquele território “único e desejado” por investidores, turistas e potenciais habitantes, foi hoje revelado.
O projeto, denominado “Sousel, Capital do Borrego”, foi apresentado esta tarde na Biblioteca Municipal Doutor António Garção, em Sousel, pelo presidente do município, Manuel Valério.
Com o objetivo de promover o desenvolvimento rural e de “afirmar nacional e internacionalmente” esta marca, o projeto está dividido em três eixos, que passam pela realização de uma quinzena gastronómica, uma feira bienal e a criação de um centro de inovação, interpretação e conhecimento do borrego.
Através da criação da marca, o município quer ainda passar a mensagem de que o Alto Alentejo é hoje a “principal região fornecedora” do país de carne de borrego.
Para comprovar este facto e para assumir Sousel como “capital do borrego”, a autarquia recorda que a maior empresa do concelho é a Pasto Alentejano, unidade que desenvolve a exploração de borregos, vendendo “cerca de 130 mil animais por ano”.
Além desse fator, a autarquia explica que a Pasto Alentejano é considerada como “a maior exploração de borregos da Europa”, com “certificação de bem-estar animal” e capacidade para “50 mil borregos de efetivo”, com uma rotação anual de “400 mil animais”.
Esta empresa, que serve vários canais de distribuição no país e trabalha com “cerca de 3.000 produtores” de norte a sul de Portugal, tem previsto um investimento de “cerca de oito milhões de euros” para a restruturação e renovação da fábrica, o que visa abrir portas ao mercado da carne para Israel e, a partir daí, para as comunidades judaicas.
Além desta empresa, a Câmara de Sousel recorda que o concelho possui “cerca de 80 explorações pecuárias” dedicadas ao setor ovino e “uma série” de queijarias e leitarias que comercializam leite e queijo de ovelha.
No âmbito do projeto, os 15 concelhos do distrito de Portalegre vão estar envolvidos na 1.ª edição da Quinzena Gastronómica Terras do Borrego 22, que vai decorrer entre os dias 08 e 24 de abril, com a participação de mais de 100 restaurantes da região.
“Até então, havia algumas semanas gastronómicas pulverizadas em alguns dos municípios”, mas, agora, foi criado “um evento agregador para atrair pessoas de todo o país e de Espanha”, pode ler-se no documento de apresentação do projeto.
Já a feira bienal que está prevista ‘nascer’ no próximo, pretende tornar-se num evento que agregue outros aspetos, além da agropecuária, como a cultura, produtos endógenos da região e a partilha de conhecimento técnico-científico.
A câmara municipal espera ainda criar um centro de inovação, interpretação e conhecimento do borrego de Sousel, de natureza museológica e para acolher exposições.
Neste centro interpretativo, os visitantes vão poder conhecer melhor a importância da indústria para a região, ambicionando também a autarquia que a polivalência deste espaço permita promover encontros, colóquios, entre outros eventos.
Fonte do município explicou à agência Lusa que este projeto, numa primeira fase, vai ser desenvolvido de “forma virtual”, avançando-se, numa fase subsequente, para um espaço físico.