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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

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Campilhas/Monte da Rocha:“Se não houver apoios urgentes,muitos agricultores vão abrir falência” diz Ilídio Martins(c/som)

Estamos a aproximar do Verão e Portugal atravessa uma situação preocupante de seca, já declarada pelo Governo como seca severa ou extrema em mais de 80% do território nacional.

As albufeiras de Campilhas, em Santiago do Cacém, e Monte da Rocha, em Ourique, são as duas barragens,no Alentejo, que se encontram em situação mais críticas.

Situadas na Bacia do sado, apresentavam no final de Abril, 12,8% e 10,1% da sua capacidade de armazenamento, respetivamente.

As duas barragens são geridas pela Associação de Regantes de Campilhas e Alto Sado. A Rádio campanário falou com Ilídio Martins, diretor técnico da obra, sobre as preocupações nesta área face aos quase escassos recursos hídricos existentes nestas duas barragens.

Ilídio Martins começou por nos referir “nesta altura estas são as duas albufeiras que têm menos reservas de água no país” acrescendo que a Albufeira de Monte da Rocha “tem neste momento reservada toda a sua água para abastecimento público.”

Segundo o responsável, na Albufeira de Monte da Rocha “a agricultura de regadio não vai acontecer e não vamos ter regadio em 3 mil hectares.”

Nesta altura, explica, “não há medidas de curto prazo; os agricultores, infelizmente, vão passar por mais um período de seca e nesta altura não temos conhecimento de apoios diretos aos apoios.”

A Associação de Regantes já reuniu com a Ministra da Agricultura, com a Direção Regional de Agricultura e com a Comissão Parlamentar de Agricultura e, tal como refere Ilídio Martins “temos a expetativa de que venham a ser tomas medidas diretas de apoio” nas quais a Associação pediu “ao Governo Português que esteja atento e que os Agricultores Portugueses tenham os mesmos apoios que os Agricultores do resto da Europa.”

A situação crítica destas duas barragens está a afetar grandemente cerca de “250 a 300 agricultores” que, nesta altura, como explica “começam a desativar parte da exploração agrícola, começam a despedir funcionários e vão sendo feitos serviços mínimos.”

Se não chegarem apoios com urgência muitos agricultores vão abrir falência, deixando a agricultura, que já está numa situação difícil, ainda muito pior” acrescentou ainda.

A Comissão Interministerial da Seca vai reunir-se esta quinta-feira para fazer ponto de situação e avaliar necessidade de novas medidas, sobretudo nos territórios com maior ‘stress’ hídrico. Sobre esta reunião e que expetativas existem, Ilídio Martins sublinha “nós temos expetativas de que o Mundo Rural seja mais ouvido” acrescentando que as coisas não podem ser só decididas a nível interministerial, devendo ser ouvidas as confederações dos agricultores , as associações locais , porque são estas entidades que estão no terreno.”

 

 

 

 

 

 

 

 

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