Prémio reconhece três percursos exemplares
Nascida em Linares, na Andaluzia, em 1951, Carmen Linares é considerada uma lenda do Flamenco, sendo a referência para toda uma geração de artistas espanhóis. Intérprete de renome internacional, tem atuado com orquestras sinfónicas por todo o mundo, sob a direção de maestros como Josep Pons, Frübeck de Burgos, Joan Cerveró ouLeo Brouwer. Gravou álbuns de referência, entre os quais Antología de la Mujer el Cante – que reivindica o papel das mulheres na arte do Flamenco –, Canciones Populares de Lorca e Raíces y Alas. Em 2019 editou Verso a Verso, um disco de homenagem aos poetas Miguel Hernández e Federico García Lorca. Entre os prémios que obteve ao longo da carreira, salientam-se a Medalla de Plata de Andalucía (1998), dois Premios de la Música (2002 e 2011) e a Medalla de Oro de BellasArtes (2006). Foi a única mulher do universo do Flamenco distinguida com o Premio Nacional de Música de Interpretación (2001).
João de Almeida nasceu em Lisboa, em 1927 no seio de uma influente família açoriana de vocação artística. Formou-se em Arquitetura, tendo assinado numerosos projetos ao longo da sua carreira, dos quais se destacam o da renovação do Museu Nacional de Arte Antiga, o das Residências Príncipe Real, no centro de Lisboa (Prémio Valmor1990), e o da reabilitação e reconversão do Convento das Bernardas. Ainda enquanto estudante, participou na fundação do Movimento de Renovação da Arte Religiosa (MRAR), conjuntamente com Teotónio Pereira, Lagoa Henriques e Nuno Portas, entre outros.
Na Fundação Medeiros e Almeida, criada em 1973 por um tio seu com o objetivo de conservar e expor ao público as suas valiosas coleções de arte, tem desempenhado os cargos de administrador e consultor museográfico.
Em anos recentes, dedicou-se ao desenho e à pintura. Executa peças de grande formato, predominantemente a preto e branco, inspirando-se na paisagem da orla costeira portuguesa. Antes de se decidir pela Arquitetura, cursara Pintura, tendo sido discípulo de Leopoldo de Almeida e, mais tarde, de Lagoa Henriques.
Data de 1986 a criação do Jardim Botânico Grandvaux Barbosa, em Cabo Verde, no interior da Ilha de Santiago, devendo a sua designação ao investigador franco-português Luís Augusto Grandvaux Barbosa (1914-1983), autor de obras fundamentais sobre a vegetação do arquipélago.
O Jardim, que conta com mais de 60 espécies diferentes, nasceu da ideia deum cooperante português, o biólogo Gilberto Cardoso de Matos, que lecionou a disciplina de Biodiversidade na Escola Superior de Educação de Cabo Verde. Um jardim com a missão de obter e aclimatizar uma coleção de plantas endémicas e outras do território, para fins científicos e de visitação.
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