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Candidatura do cante alentejano aceite na UNESCO em Paris

A candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade deu formalmente entrada, na quarta-feira, no comité internacional da UNESCO

Segundo o responsável pela candidatura, que é igualmente diretor da Casa do Cante, em Serpa, trata-se de “um momento de grande alegria”, com esta formalização a representar, “não a fase final, mas o passo zero” do processo. “Está formalizado o pedido português da potencial inscrição do cante alentejano na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade” pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), congratulou-se.

Agora, acrescentou, “seguem-se vários passos”, até à decisão final da UNESCO, em Dezembro de 2014, sobre a classificação ou não deste bem cultural imaterial.

Paulo Lima explicou também que, além destes “vários meses de análise” da candidatura, há outros “aspectos processuais que são muito intensos e exigentes”.

Do lado português, sublinhou, é necessário intensificar o diálogo em torno do cante alentejano, que conduza “a uma consciencialização do que é este processo”.

“Porque muitas pessoas, cantadores, grupos corais, câmaras têm que ser sensibilizados para a importância do que é este momento” e para o que é agora exigido em termos de “cuidado” e de “pensar o presente e o futuro deste bem cultural imaterial”.

Tudo porque, frisou Paulo Lima, como qualquer bem que se candidata, o cante requer, agora, “um carinho muito mais especial”, sendo necessário “um trabalho colectivo de toda a região e de todo o país” para que possa vir a ser classificado.

O responsável pela candidatura disse ainda acreditar na classificação por parte da UNESCO, até porque, neste momento, já se trata de “um património do homem e do mundo”.

“No fundo, este é apenas um reconhecimento e um ‘selo’ institucional”, mas o cante “é uma expressão tão rica, forte, intensa e tão vivida que tem todas as condições, intrínsecas e extrínsecas”, para “ter o ‘selo’ da UNESCO”, afiançou.

Recorde-se que a candidatura do cante alentejano esteve para ser entregue à UNESCO em Março do ano passado, mas o MNE decidiu adiar a sua apresentação para este ano, por considerar que o processo não reunia condições para ser aceite.

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