O médico que foi presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, Cândido Ferreira, é o mais novo candidato à Presidência da República.
O antigo presidente da Federação Distrital de Leiria do PS vai apresentar a candidatura a Presidente da República no dia 25 de Abril, em Febres, Cantanhede, distrito de Coimbra.
Cândido Ferreira, à Rádio Campanário, explica que em função do estado do país e dos vários pedidos dos amigos para se candidatar ao cargo de Presidente da República aceitou o desafio dizendo que “aceito, vou ter que ir até ao fim e é com todo o gosto que estou muito empenhado nessa missão”.
“Não é só por ver o estado do país, mas sim porque tenho uma alternativa diferente, sou uma pessoa diferente, tenho um percurso de vida diferente, com um programa diferente e apoiado por pessoas descontentes com a política e que já não acreditam nela”.
Sobre o eventual apoio partidário Cândido Ferreira diz que “para já concorre como independente e que há medida que a campanha avança é normal surgirem alguns apoios e eles serão sempre bem vindos”, remata dizendo que não se “fazem repúblicas com velhos aristocratas. Não é com caras novas apenas que se modifica a política. As pessoas querem caras novas, mas essas devem estar assentas noutras”.
“Existem muitas pessoas descontentes com a política que estão filiadas em partidos, por exemplo existem em Leiria uns cinco ou seis presidentes e ex-presidentes de câmara de todos os partidos, mas não só como Cantanhede, Coimbra, Portalegre e outros que virão juntar-se porque há muito gente desiludida com a política actual. Não há uma candidatura moderada que fale verdade aos portugueses, porque existe uma completa dispersão entre o discurso da política e o discurso do país”, refere.
Sobre os candidatos a presidente, Cândido Ferreira, diz que “Henrique Neto já tinha dito que se ia candidatar para defrontar António Guterres, como António Guterres não entrou eu entendo isto porque ele quer defrontar Marcelo Rebelo de Sousa. Quanto a Sampaio da Nóvoa ele dizia à seis meses atrás que se fosse Presidente da República demitia este governo, eu não entendo que ele por mais que possa não concordar com o governo não é razão objectiva para mandar o governo abaixo” o novo candidato a Presidente da República diz que “são coisas como estas que depois são levadas para a campanha eleitoral para o povo português escolher. Não tenho tido linguagens destas e estou convencido que não as vou dizer, a minha candidatura será moderada e de centro”.
Cândido Ferreira faz uma crítica a Sampaio da Novoa dizendo que “ele quando saiu do cargo de reitor, seis meses antes de sair quem é que acha que ele atribuiu o título de Honoris causa? A [Jorge] Sampaio, [Ramalho] Eanes e [Mário] Soares. É o amiguismo, o continuar das relações é assim que este apoios nascem e que interesses têm por trás”.
“O presidente da República não pode ter outro programa senão aquilo que está estipulado pela Constituição da República Portuguesa”, esclarece sobre o seu programa eleitoral. Dizendo ainda que “um Presidente da República que dê o exemplo vai depois obrigar as autarquias, a Assembleia da República e o Governo a fazerem uma contenção de gastos, porque é um escândalo a maneira como se gasta o dinheiro dos impostos, porque se há austeridade neste momento se deve à classe política, aos assessores, aos automóveis, às viagens a tudo isso que é sangrador dos portugueses e os portugueses não estão dispostos a aturar”.
Cândido Ferreira nasceu em 1949 em Febres e reside em Leiria.
Em 1974, filiou-se no PS e, dois anos depois, foi mandatário-jovem de Ramalho Eanes, candidato à Presidência da República, tendo-se desvinculado do PS, ao qual voltou em 1982.
Segundo a biografia divulgada pela candidatura à imprensa, o médico, entre 1985 e 1989, dirigiu a bancada do PS na Assembleia Municipal de Leiria, tendo sido depois candidato a presidente da Câmara
Entre 1991 e 1995 foi presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, tendo sido ainda diretor de campanha do Presidente Jorge Sampaio, sendo que em 2002 integrou a lista à Assembleia da República do PS por Leiria em lugar não elegível.
A candidatura vai ser apresentada às 17h00 no dia 25 de abril, na sede da Junta de Freguesia de Febres, sendo que a recolha de assinaturas para a formalização da candidatura arrancará a partir desse dia.